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O destilado americano de milho que está conquistando os brasileiros

Uma das apostas da distribuidora japonesa Suntory no Brasil é o bourbon da Jim Beam

Jim Beam: o bourbon mais vendido no mundo quer ganhar os copos dos brasileiros (Jim Beam/Divulgação)

Jim Beam: o bourbon mais vendido no mundo quer ganhar os copos dos brasileiros (Jim Beam/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 16 de julho de 2025 às 10h14.

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No país da cachaça, o uísque tem ganhado destaque nos copos, seja em drinques ou servido apenas com gelo. Para a Suntory, distribuidora japonesa com marcas como os bourbons americanos Jim Beam e Maker’s Mark, e os uísques japoneses Yamazaki, Hakushu, Hibiki e Chita, o momento não poderia ser melhor. O Brasil aparece entre os dez maiores consumidores globais de uísque escocês, com aumento de 22,8% no volume de exportações em 2024, segundo a Scotch Whisky Association. Foram 52 milhões de garrafas importadas, ante 43 milhões no ano anterior.

De acordo com dados do Euromonitor International, o consumo do uísque no país aumentou 16% entre 2021 e 2023, ficando atrás apenas das taxas registradas no Japão e na Índia. A chegada de novos apreciadores e o crescimento dos uísques japonês e americano têm agitado o setor, demonstrando que esse universo vai além do mapa da Escócia.

Uma das apostas da Suntory para o Brasil é o bourbon da Jim Beam. Produzido com grãos como milho e cevada, água e fermento, o uísque americano feito no estado do Kentucky há 230 anos está na oitava geração da família de Jim Beam.

Durante sua primeira visita ao país, Fred Noe, Master Distiller da sétima geração da família Jim Beam, falou sobre a trajetória da empresa e a evolução do mercado de bourbon, incluindo as novas demandas do público brasileiro.

Noe é filho de Booker Noe, responsável por lançar a linha de bourbons super premium da marca. Hoje, Fred dá continuidade na produção da bebida e passa seus conhecimentos para o filho Freddie Noe, que atualmente também trabalha na destilaria.

"Trabalhar com meu filho é uma das maiores felicidades de um pai. Poucos pais têm a oportunidade de ver seus filhos seguirem seus passos e terem sucesso", diz Fred. "Ele sempre trabalha para melhorar a qualidade do Jim Beam, incluindo inovações como o sabor de abacaxi que acabamos de lançar nos Estados Unidos."

O bourbon, com sua predominância de milho, tem se tornado cada vez mais popular no Brasil. De acordo com Lizandra Freitas, Diretora Geral da Suntory Global Spirits Brasil, o Brasil tem bebido mais uísques, especialmente a nova geração que busca versatilidade nos drinques. "O uísque americano, e o bourbon, mais especificamente, tem crescido muito mais rápido que os outros tipos de uísque. A nova geração, com preferências mais voltadas para a coquetelaria, está adotando o bourbon por sua versatilidade. Ele pode ser bebido puro, com gelo, ou em coquetéis", diz.

Além da versatilidade, o sabor da bebida atrai o. "O bourbon é um produto mais acessível e suave, o que o torna ideal para drinques. No Brasil, vemos cada vez mais bartenders criando drinques originais, misturando ingredientes locais com o bourbon, e isso tem gerado um aumento significativo no consumo", diz Lizandra. “Essa versatilidade também tem atraído consumidores que, tradicionalmente, escolheriam vodca ou gim para seus coquetéis, mas que agora percebem que o bourbon adiciona uma camada de sabor única e sofisticada”.

O portfólio da Jim Beam no Brasil é outro fator importante para o crescimento da marca no país. Além dos clássicos como Jim Beam White e Jim Beam Black 7 anos, a marca tem investido em inovações como o Jim Beam Apple, Jim Beam Honey, Jim Beam Rye e, mais recentemente, o Jim Beam Black Cherry. "O Jim Beam Black Cherry é uma novidade interessante, pois permite aos consumidores fazerem drinques incríveis de forma simples, usando poucos ingredientes", diz Lizandra.

Para Noe, a criação de novos rótulos para o portfólio é necessária, mas para isso é preciso manter equilíbrio entre tradição e inovação. "Enquanto buscamos novidades, como novos sabores, nunca deixamos de lado a tradição. O que nos trouxe até aqui é a nossa capacidade de manter o padrão de qualidade. Quando você é o número um, só há uma direção: para baixo. Por isso, precisamos proteger o que nos levou até lá, mas também sempre olhar para o futuro", diz Fred, destacando que a inovação é parte do DNA da empresa, mas sem comprometer os processos tradicionais que garantem a qualidade da bebida. "O bourbon pode transformar uma conversa em uma festa. Pode transformar uma refeição em uma celebração", diz Noe.

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