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Itaú Cultural inaugura andar de arte moderna com obras de Tarsila do Amaral, Portinari e Lygia Clark

Espaço Milú Villela será dedicado a expor parte do acervo do banco, considerado o maior da América Latina, com 15 mil obras

Itaú Cultural abre novo espaço para arte moderna e contemporânea em São Paulo (Iara Venanzi/ Divulgação)

Itaú Cultural abre novo espaço para arte moderna e contemporânea em São Paulo (Iara Venanzi/ Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de Casual

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 11h50.

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No coração de um campo cheio de árvores, riachos e casas, a paisagem desenha um quadro de paz e simplicidade com um pequeno povoado. Cada pincelada da obra traz à tona a quietude do lugar, onde o ritmo da natureza dita o compasso da vida. É o que mostra Povoado numa Planície Arborizada, pintura feita em 1600 por Frans Post, a primeira aquisição do Acervo Itaú Unibanco de arte.

Considerado a maior coleção corporativa de arte da América Latina, segundo levantamento Wapping Arts Trust, Humanities Exchange e International Association of Corporate Collections of Contemporary Art, parte do acervo chega, a partir desta quarta-feira, 22, ao Espaço Milú Villela – Brasiliana: Arte Moderna e Contemporânea, novo andar dedicado à arte, situado no prédio do instituto na Avenida Paulista.

Com 280 metros quadrados, o espaço será permanentemente abastecido com obras do banco, que possui mais de 15 mil peças. Abre ao público com uma exposição de longa duração, Brasil das Múltiplas Faces, que tem curadoria de Agnaldo Farias e reúne 185 obras de 150 artistas de peso, como Tarsila do Amaral, Alberto da Veiga Guignard, Adriana Varejão, Portinari, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Rosana Paulino, entre outros.

Os trabalhos são produzidos de 1889 até o presente.

O Brasil das Múltiplas Faces

O nome da exposição remete a um percurso artístico que reflete a diversidade cultural e histórica do Brasil. A mostra se distancia da abordagem cronológica tradicional e oferece ao público um olhar abrangente sobre a arte brasileira, com foco em grupos antes marginalizados, como produções afrodiaspóricas e de povos originários, além de artistas que não passaram por educação formal, mas que desempenharam papel fundamental na construção do patrimônio artístico nacional.

A exposição está organizada em 10 núcleos, apresentados em traineis, uma referência às reservas técnicas de museus e galerias. Os núcleos incluem temas como Retratos, Paisagem, Modernos, Abstrações, Sonhos e Distorções, e Produção Recente. Cada núcleo reúne uma combinação de obras bidimensionais — pinturas, gravuras e fotografias — e tridimensionais, como esculturas e objetos.

Entre os destaques, estão pinturas de Almeida Júnior e Benedito Calixto, que representam os primórdios da arte brasileira, além de obras de artistas contemporâneos como Rosana Paulino, Jaime Lauriano e Denilson Baniwa. Também fazem parte da exposição dois vídeos: Mil Olhos (2018), de Lia Chaia, e Ordinário (2023), de Berna Reale.

O maior acervo da América Latina

O Acervo Itaú Unibanco, fundado na década de 1960 por Olavo Egydio Setubal, conta com mais de 15 mil obras de arte moderna e contemporânea de mais de 800 artistas. Dentre as mais antigas, destaca-se a de Frans Post, a primeira obra a integrar a coleção.

Desde 1987, a gestão do acervo é realizada pelo Itaú Cultural, que também oferece ao público exposições itinerantes que percorrem o Brasil e o mundo. Além do Espaço Milú Villela – Brasiliana, o instituto mantém o Espaço Herculano Pires, voltado para a coleção numismática.

A coleção também é amplamente divulgada por meio de exposições itinerantes, que já passaram por mais de 25 cidades no Brasil e no exterior. Essas exposições buscam levar a arte brasileira a públicos diversificados e fomentar o debate sobre as diferentes formas de expressão artística. Entre as mostras recentes, destacam-se Síntese – Arte e Tecnologia (2024), na Pinacoteca do Ceará, e Narrativas em Processo: Livros de Artista (2024), na Fundação Iberê, em Porto Alegre.

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