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Hermeto Pascoal, um dos maiores músicos brasileiros da história, morre aos 89 anos

Multi-instrumentista alagoano foi reconhecido por Miles Davis como “o músico mais impressionante do mundo”

Hermeto Pascoal: um dos maiores nomes da música instrumental morre aos 89 anos (Gabriel Quintão/Divulgação)

Hermeto Pascoal: um dos maiores nomes da música instrumental morre aos 89 anos (Gabriel Quintão/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de Casual

Publicado em 13 de setembro de 2025 às 21h43.

Última atualização em 13 de setembro de 2025 às 21h47.

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O multi-instrumentista Hermeto Pascoal, um dos maiores nomes da música instrumental mundial, morreu no Rio de Janeiro neste sábado, 13, aos 89 anos. O artista estava internado no Hospital Samaritano Barra, na Zona Sudoeste da cidade. A causa da morte foi decorrência de falência múltipla dos órgãos.

A notícia foi confirmada pela família em publicação nas redes sociais. “Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música”, dizia o comunicado. No mesmo momento, seu grupo, Nave Mãe, estava em apresentação — como o músico sempre desejou: cercado de som e improviso.

Música sem fronteiras

Apelidado de “bruxo” da música, Hermeto ficou conhecido pela capacidade de transformar qualquer objeto em instrumento: de chaleiras e brinquedos infantis a sons de animais. Considerava esse processo uma extensão natural da própria vida.

O músico rejeitava rótulos. Chamava sua obra de “música universal”, por não se prender a gêneros. Tocava frevo, baião, jazz e música clássica com a mesma liberdade. Não à toa, Miles Davis o definiu como “o músico mais impressionante do mundo”.

Autodidata, Hermeto começou a tocar acordeom aos 10 anos, em parceria com o irmão, José Neto. Na juventude, integrou o Quarteto Novo e grupos como o Brazilian Octopus. Nos anos 1970, ganhou projeção internacional ao gravar com Davis, consolidando-se como referência no jazz mundial.

Ao longo da carreira, conquistou três Grammys Latinos e foi homenageado com o título de doutor honoris causa pela prestigiada Juilliard School, em Nova York, além de universidades federais no Brasil. Em 2024, ganhou a biografia “Quebra tudo! – A arte livre de Hermeto Pascoal”, escrita pelo jornalista Vitor Nuzzi, e lançou o álbum “Pra você, Ilza”, em tributo à sua companheira de vida.

Até o último acorde

Mesmo aos 89 anos, Hermeto seguia ativo. Em julho e agosto, fez nove apresentações na Europa. No Brasil, seu último show aconteceu em junho, no Circo Voador, que se transformou em uma grande festa de aniversário.

“Quando subo no palco, não tenho idade. O corpo pode ser de 88, mas a alma vira menino de novo. A música é a vida”, disse a O Globo na ocasião.

Hermeto deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos.

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