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Morre Diane Keaton, atriz vencedora do Oscar e estrela de 'O Poderoso Chefão'

Diane Keaton foi protagonista no filme "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e atuou também em "O Poderoso Chefão"

A atriz Diane Keaton, em imagem feita em 18 de outubro de 2010 (Gabriel Bouys/AFP)

A atriz Diane Keaton, em imagem feita em 18 de outubro de 2010 (Gabriel Bouys/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 16h33.

Última atualização em 11 de outubro de 2025 às 17h53.

A atriz americana Diane Keaton, vencedora do Oscar em 1978 por seu papel em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", faleceu na Califórnia aos 79 anos, segundo anunciou neste sábado (11) um porta-voz da família à revista People.
A revista informou que não foram revelados de imediato mais detalhes sobre as circunstâncias de sua morte.

Relembre a trajetória de Diane Keaton

A atriz nasceu em 5 de janeiro de 1946, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e foi batizada como Diane Hall. Ela estudou artes cênicas em Nova York e, nos anos 1960, começou a fazer papéis na Broadway, como no musical "Hair" e na peça "Play It Again, Sam", de Woody Allen, que virou filme em 1972, no qual ela também atuou.

Além de atuar em várias comédias de Allen, ela também esteve no elenco de "O Poderoso Chefão", partes 1 e 2, um dos filmes mais aclamados dos anos 1970. Ela interpretou a personagem Kay Adams, que se casa com Michael Corleone, interpretado por Al Pacino, que se torna chefe da máfia.

Seu auge na carreira viria em 1977, com o filme "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", que no título original se chama "Annie Hall". Ela fez par romântico com Woody Allen e levou um Oscar pela atuação. Os dois atores também tiveram um relacionamento na vida real.

Nas décadas seguintes, Keaton atuou em dezenas de filmes. Também dirigiu algumas produções, como "Hanging Up", em 2000, e interpretou papéis em séries de TV, como "Mack & Rita", de 2022. Keaton não se casou e adotou duas crianças.

Papel de Diane Keaton em 'O Poderoso Chefão'

Diane Keaton eternizou seu lugar na história do cinema com o papel de Kay Adams-Corleone na trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. Apesar de não ser o foco central da narrativa, dominada pela máfia italiana, a personagem de Keaton é fundamental para a estrutura emocional e moral da saga.

Kay Adams é apresentada como a namorada de Michael Corleone (Al Pacino) no primeiro filme (1972). Ela é uma mulher norte-americana, de origem não-italiana, com formação universitária – representando o mundo 'legítimo' e puro que Michael inicialmente planejava para si, longe dos negócios da Família.

O papel de Kay é o ponto de vista do espectador inocente, a porta de entrada para a audiência no universo sombrio dos Corleone. Sua trajetória é a linha do tempo da queda de Michael: do herói de guerra, que prometia casar-se e viver uma vida honesta, ao impiedoso Don que a afasta para proteger seus segredos.

A atriz revisitou a personagem em O Poderoso Chefão: Parte II (1974) e Parte III (1990). É na segunda parte da trilogia que Kay alcança seu clímax dramático, confrontando Michael com a brutalidade de seus crimes e, em uma cena devastadora, revela o aborto do filho para se libertar do clã.

Um início despretensioso

Curiosamente, Diane Keaton admitiu que mal conhecia a história original de O Poderoso Chefão. Em entrevistas, ela revelou que não havia lido o best-seller de Mario Puzo quando foi escalada para o papel por Coppola. À época, Keaton tinha pouca experiência em longas-metragens e precisava de trabalho, encarando o teste como mais uma oportunidade.

Mesmo em um elenco repleto de estrelas como Marlon Brando e Al Pacino, o desempenho sutil e a evolução de Kay, de inocente a acusadora, tornaram-se uma das atuações mais memoráveis e debatidas da atriz, cimentando seu legado antes mesmo de seu Oscar por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977).

Sua Kay Adams, muitas vezes em segundo plano, é o espelho moral que Michael Corleone quebra ao abraçar a escuridão.

Michael Keaton e Diane Keaton: há alguma relação?

Michael Keaton e Diane Keaton estão entre os nomes mais reconhecidos e premiados de Hollywood, com carreiras que abrangem décadas e gêneros. Contudo, apesar de compartilharem o famoso sobrenome, a verdade é que os atores não possuem nenhum grau de parentesco.

A coincidência é puramente nominal e envolve uma curiosa história de bastidores sobre como um deles adotou o sobrenome.

O ator conhecido hoje como Michael Keaton nasceu, na verdade, como Michael John Douglas. Ao iniciar sua carreira em meados dos anos 70, Michael Douglas (Keaton) se deparou com um problema comum em Hollywood: já existia um ator famoso com o mesmo nome – o consagrado Michael Douglas (filho de Kirk Douglas).

Para evitar confusão e cumprir as regras do sindicato dos atores (Screen Actors Guild - SAG), ele precisou mudar seu nome artístico.

Segundo relatos, Michael Douglas (o futuro Keaton) escolheu o sobrenome 'Keaton' por apreciar o trabalho da atriz Diane Keaton.

O nome real de Diane Keaton

Diane Keaton, por sua vez, nasceu como Diane Hall. Ela adotou o sobrenome artístico de sua mãe, Dorothy Deanne Keaton Hall.

Portanto, o ator Michael Keaton escolheu seu nome artístico em uma homenagem à colega de profissão, e não por laços de sangue.

Decisão de ser solteira

Diane Keaton, que manteve relacionamentos com astros como Al Pacino e Woody Allen, revelou que abriu mão do casamento por um motivo pessoal ligado à sua mãe.

A decisão de manter-se solteira nunca foi um segredo, e a atriz abordou o tema abertamente em diversas ocasiões.

Segundo Keaton, a mãe dela "escolheu a família em vez de seus sonhos", e a atriz afirmou que não queria "abrir mão" de sua independência.

Diane Keaton dedicou-se à maternidade por meio da adoção de dois filhos, Dexter e Duke. A escolha de não se casar é vista como um reflexo de sua personalidade forte e de seu desejo de preservar a autonomia em sua vida.

Participação de Diane em clipe de Justin Bieber

Um dos momentos mais inusitados da carreira de Diane Keaton ocorreu em 2023, quando a atriz veterana estrelou o videoclipe da música 'Ghost', do cantor pop Justin Bieber. O clipe, que serviu como uma homenagem às pessoas que perderam entes queridos durante a pandemia, acumulou mais de 260 milhões de visualizações.

A participação de Keaton gerou curiosidade, especialmente porque a atriz admitiu não ser fã da música pop. Em entrevista ao THR, ela foi transparente sobre sua relação com o cantor:

 "Eu não era uma fã [do Justin Bieber]", disse a atriz. "Eu nem o conhecia."

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