A jornada semanal dos funcionários do Palácio Tangará também será reduzida de 44 para 42 horas semanais, sem alteração salarial (Palácio Tangará/Divulgação)
Repórter
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 06h01.
O Palácio Tangará, hotel de luxo inaugurado em 2017 e referência em São Paulo, anunciou a adoção do regime 5x2 para todos os funcionários da área operacional. Até então, como na maioria dos hotéis, predominava a escala 6x1, considerada pesada e desgastante no setor.
“Queremos que os nossos funcionários nos deem o máximo da dedicação, mas para isso precisamos oferecer o melhor para eles também. Se não houver equilíbrio entre investidores, funcionários e clientes, a casa cai”, afirma Celso do Valle, diretor-geral do Palácio Tangará, com mais de 40 anos de experiência em hotelaria.
A mudança passa a valer já a partir da próxima segunda-feira, 29, e representa um investimento anual de mais de R$ 2 milhões.
"A decisão tem como objetivo aumentar a atratividade do hotel no mercado de trabalho, reduzir o turnover e manter a excelência no atendimento", afirma Valle.
Com a alteração da escala, os funcionários também passarão de 65 folgas anuais (52 semanas + 13 feriados) para 104 folgas anuais, o equivalente a 39 dias a mais de descanso por ano. A jornada semanal também será reduzida de 44 para 42 horas semanais, sem alteração salarial.
“Todos terão mais tempo de convivência com a família, lazer e vida pessoal. É um ganho real de qualidade de vida”, diz Valle.
Para garantir a manutenção do padrão de serviço, o hotel contratou mais 27 funcionários, que se somam aos atuais 329 funcionários fixos.
Além da nova escala, o Palácio Tangará também oferece um pacote de benefícios diferenciado, que vai além do plano de saúde e de auxílio para academia:
“Em dois anos, promovemos 110 pessoas, cerca de 40% da equipe. Isso mostra que é possível construir uma carreira sólida dentro do Palácio Tangará”, afirma o diretor.
Com 141 quartos, dois restaurantes, três bares e o spa Lancôme Absolut, o Palácio Tangará se consolidou como destino tanto para o público corporativo quanto para o lazer. Sua área de eventos representa 51% da receita, com destaque para casamentos e festas de grande porte — algumas ultrapassando 800 convidados.
“O Palácio Tangará é como sair de São Paulo sem precisar pegar estrada. Metade do nosso público de fim de semana é paulistano que busca essa experiência”, diz o diretor-geral.
A aposta em bem-estar interno acompanha o crescimento do negócio. No pós-pandemia, o hotel registrou forte expansão em restaurantes e eventos, com destaque para o “Pátio do Palácio”, que multiplicou por seis seu faturamento em relação ao período pré-crise. Além disso, o restaurante assinado por Jean Georges Vongerichten conquistou novamente a estrela Michelin em 2024, sendo o único hotel de São Paulo a ostentar o título.
Na avaliação de Valle, a nova escala e os benefícios diferentes reforçam a posição do Palácio Tangará que busca ser um empregador de referência ano após ano.
“Estamos muito orgulhosos de sermos o primeiro hotel de luxo que investe nesse modelo. O retorno vem em produtividade, em qualidade de serviço e no sorriso genuíno dos funcionários. Não tenho dúvida de que esse investimento vai se pagar”, afirma Valle.
O Palácio Tangará, em São Paulo, pertence à rede de luxo Oetker Collection, que foi criada pela família Oetker que pertenceu a uma dinastia empresarial alemã. A empresa original, Dr. Oetker, foi fundada por August Oetker em 1891, quando ele adquiriu uma farmácia chamada Aschoff’sche, em Bielefeld. O negócio começou com o desenvolvimento de um fermento em pó padronizado (marca Backin), e expandiu-se para uma gama de produtos alimentícios.
A incursão no setor hoteleiro começou mais tarde: o primeiro hotel relevante operado pela família Oetker foi o Brenners Park-Hotel & Spa, em Baden-Baden. Em 1964, segundo o CEO da Oetker Collection, Rudolf August Oetker, em viagem com sua esposa, viu o lendário Hôtel du Cap-Eden-Roc e pouco tempo depois adquiriu essa propriedade — um passo que impulsionou a formação de uma coleção de hotéis de luxo sob a visão familiar.
A Oetker Collection como marca formal foi criada em 2009 para gerir esse portfólio distinto de hotéis da família Oetker e expandir com uma filosofia unificada de alto padrão.
Após uma reorganização interna da família empresarial Oetker (em 2021), a Oetker Collection passou a fazer parte do grupo “Geschwister Oetker”, que concentra os interesses de hotelaria e outras participações da família.
A rede Oetker Collection reúne alguns dos hotéis mais icônicos do mundo, além do Palácio Tangará:
“Cada propriedade tem uma história única, mas todas compartilham o mesmo padrão de excelência que guia o nosso trabalho em São Paulo”, afirma Valle.
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