Sem espaço para experimentar, prevalecem o conformismo e a repetição de modelos antigos (Yasser Chalid/Getty Images)
Publicado em 21 de maio de 2025 às 15h24.
Em muitas empresas, o erro ainda carrega o peso do fracasso. No entanto, organizações que desejam inovar precisam mudar esse paradigma. A cultura do erro — quando bem estruturada — transforma falhas em aprendizado, reduz o medo de arriscar e abre espaço para a experimentação, ingrediente-chave da inovação.
Adotar uma cultura do erro não significa aceitar qualquer falha. Trata-se de criar um ambiente onde é possível testar, aprender e ajustar sem medo de punição. Para isso, é necessário estabelecer critérios claros sobre que tipo de erro é tolerável — como os que surgem de testes e hipóteses — e quais são inaceitáveis, como os que envolvem negligência ou riscos desnecessários.
A inovação exige tentativa e erro. Sem espaço para experimentar, prevalecem o conformismo e a repetição de modelos antigos.
Nem todo erro deve ser tratado da mesma forma. Falhas por experimentação intencional, com planejamento e controle, devem ser reconhecidas. Já erros por descuido exigem correção imediata.
Inovação só acontece onde há confiança. Os colaboradores precisam se sentir livres para propor ideias e errar, sem medo de retaliações ou julgamentos. A segurança psicológica é essencial.
Implemente ciclos curtos de experimentação com baixo custo. Errar rápido e barato é melhor do que evitar o erro e perder oportunidades. O segredo está em testar, medir e ajustar.
Depois de uma falha, o mais importante é entender o porquê. Analise causas, documente o aprendizado e compartilhe. Aprender com o erro é mais valioso do que acertar por acaso.
Estimule sua equipe a sair do óbvio. Assumir riscos de forma estratégica, com metas claras e acompanhamento, é o caminho para a inovação consistente e relevante.
Erro não deve ser tabu. Inclua o tema nas conversas diárias, nos treinamentos e na comunicação interna. Tornar o erro visível é parte do processo de naturalização e aprendizado.
Premiar quem se arrisca e extrai lições dos erros reforça o comportamento inovador. Mostrar esses exemplos fortalece a confiança coletiva e inspira outros a fazer o mesmo.
Criar uma cultura do erro requer equilíbrio. É preciso comunicar com clareza o que é permitido testar e quais são os limites éticos, técnicos e de segurança. A liderança tem papel fundamental: deve ser transparente sobre seus próprios erros e estimular uma postura construtiva em toda a equipe.
Outro ponto crítico é combater o medo de errar, que muitas vezes inibe ideias valiosas. Em ambientes onde falta segurança psicológica, é possível que muitos profissionais deixem de compartilhar seus erros por receio de punições. Para mudar isso, é preciso investir em confiança e empatia.
A inovação também deve ser desmistificada: ela não está restrita a laboratórios de P&D. Pode nascer na otimização de um processo, na forma de se comunicar com o cliente ou na reorganização do trabalho em equipe.