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Farmasi, gigante turca de cosméticos, quer crescer no Brasil de ‘clique em clique’, diz CEO

Empresa faturou globalmente 425 milhões de dólares em 2024 e busca mais: o foco é ser grande no mercado brasileiro com os “farmasi influencers”

Marcel Szajubok, CEO da Farmasi Brasil: "A experiência internacional da Farmasi, em mais de 35 países, tem muito valor neste nosso primeiro ano de operação no Brasil - que é um dos maiores mercados consumidores de cosméticos do mundo” (Farmasi/Divulgação)

Marcel Szajubok, CEO da Farmasi Brasil: "A experiência internacional da Farmasi, em mais de 35 países, tem muito valor neste nosso primeiro ano de operação no Brasil - que é um dos maiores mercados consumidores de cosméticos do mundo” (Farmasi/Divulgação)

Publicado em 29 de julho de 2025 às 08h11.

Última atualização em 29 de julho de 2025 às 16h58.

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Há muitos anos, era muito comum ver revendedores de produtos de beleza ofertando de porta em porta. Essa prática ainda existe, mas com a tecnologia o processo está mudando.

“Hoje, com a tecnologia, a abordagem mudou, e de ‘clique em clique’ você consegue se tornar um revendedor e ter clientes em diferentes cantos do país”, diz Marcel Szajubok, CEO da Farmasi Brasil.

É vendendo diretamente para o cliente que a Farmasi, uma empresa de cosméticos turca, criada em 1952 em Istanbul, cresceu. Com revendedores batendo de porta em porta - o que o mercado chama de "venda direta" -, a companhia chegou a um faturamento de U$ 429 milhões em 2024 (cerca de R$ 2,7 bilhões).

A empresa criada pelo médico e empresário turco, Cevdet Tuna, começou focada na produção de medicamentos e logo depois expandiu a produção para cosméticos e produtos de cuidados pessoais. Hoje a empresa é liderada pelos filhos de Tuna.

No Brasil, a operação da Farmasi teve início em 2024, vendendo apenas produtos de nutrição, como shakes, colágenos e vitaminas. Meses depois, a companhia turca teve liberação da Anvisa para importar e promover seus mais de 200 produtos de beleza, como perfumes, maquiagem e cremes. Desde então, a marca tem buscado consolidar seu espaço no competitivo mercado de beleza do Brasil.

"A experiência internacional da Farmasi, com presença em mais de 35 países, tem muito valor neste nosso primeiro ano de operação no Brasil, que é um dos maiores mercados consumidores de cosméticos do mundo”, diz o presidente da Farmasi no Brasil, em entrevista pela primeira vez a um veículo nacional.

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Onde está a Farmasi no Brasil?

A operação da Farmasi no Brasil começa com um escritório temporário em São Paulo, onde a marca acompanha de perto o desenvolvimento e as estratégias de mercado.

A escolha do Brasil não foi por acaso, segundo o CEO. “Em 2024, o mercado de beleza no país faturou 27 bilhões de dólares, com 35% desse volume proveniente da venda direta”, diz Szajubok, que destaca que esse modelo de vendas, que conecta o consumidor diretamente ao revendedor, é uma tendência crescente no Brasil.

"O brasileiro é apaixonado pela venda direta", afirma o executivo. "A Farmasi pode se beneficiar dessa realidade local, especialmente em um momento em que a internet e as redes sociais têm um papel fundamental".

A tecnologia como aliada da venda direta

A marca tem um centro de tecnologia na Turquia, conhecido como "Farmasi X", que investe em inteligência artificial e automação. "Nossa operação é toda automatizada, o que nos permite escalar rapidamente, mantendo a qualidade e o controle", diz Szajubok.

Os avanços tecnológicos também chegam às mãos dos revendedores que são os promissores dos mais de 200 produtos da Farmasi no Brasil.

"Hoje vemos a venda direta foi transformada em clique a clique", diz o CEO. “Com um aplicativo, os nossos ‘farmasi influencers’ podem revender os nossos produtos do celular e ter até 30% de comissão”.

Essa é a filosofia da marca - apostar em revendedores multicanais que poderão promover os produtos de forma presencial ou online usando aplicativos com inteligência artificial.

"Cada revendedor pode vender do jeito que preferir: seja por WhatsApp, redes sociais ou até mesmo fisicamente em casas ou salões", conta o CEO que conta que com a tecnologia, revendedores podem vender e acompanhar seus negócios de maneira eficiente.

De acordo com a ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta), o Brasil tem atualmente 4 milhões de revendedores em atuação — público que a Farmasi quer impactar para atingir diversos perfis de consumidores na ponta. "Temos produtos que atendem desde adolescentes até senhoras, e isso é um diferencial. A diversidade de produtos é fundamental para nós", diz Szajubok que acredita que os perfumes irão atrair a atenção dos consumidores brasileiros.

"O consumidor está cada vez mais exigente e global, e a nossa estratégia é garantir produtos de alta qualidade, diferentes e com preços acessíveis", afirma o CEO.

Da Turquia para o mundo – inclusive no Brasil

Com um faturamento global de 429 milhões de dólares em 2024, a Farmasi não pretende desacelerar. A expectativa para 2025 é crescer 50% em receita, impulsionada pela consolidação da marca em mercados como o Brasil, onde a empresa ainda está nos primeiros anos de operação.

"Nos próximos anos, esperamos que a Farmasi seja a empresa número 1 em venda direta no Brasil", afirma Szajubok, que importa hoje 100% dos produtos da Turquia e que tem grandes concorrentes no país, como o Grupo Boticário e Natura

A expectativa segue alta no Brasil, quando se olha o desempenho da empresa turca nos Estados Unidos. Segundo Szajubok, a Farmasi é hoje a maior marca de venda direta nos EUA (não americana).

"Embora o mercado americano seja muito competitivo, nos últimos sete anos, a Farmasi se tornou a empresa número um em venda direta (não americana) nos Estados Unidos", afirma Szajubok.

A marca conseguiu conquistar uma posição de destaque nos Estados Unidos sem ter fabricação local, operando com um grande centro de distribuição – e é assim que pretende crescer em solo norte-americano e no Brasil.

"Estamos nos Estados Unidos desde 2019, e, com a estrutura que temos na Turquia, estamos conseguindo vencer os desafios, inclusive das tarifas, e crescer rapidamente. Acreditamos no mesmo cenário promissor no Brasil", afirma o CEO.

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