Suzana Arbex, especialista em marca pessoal e empresária: “Mais do que nunca os profissionais precisam se importar com o capital relacional, ou seja, as conexões genuínas e duradouras construídas dentro e fora do ambiente corporativo” (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter
Publicado em 27 de junho de 2025 às 10h47.
Última atualização em 27 de junho de 2025 às 12h38.
“As três palavras que definem a sua marca devem ser aquelas que melhor refletem quem você realmente é, o que você valoriza e como quer ser percebido”, afirma Suzana Arbex, cofundadora da BetaFly e autora do livro Sua marca pessoal durante o Clube CHRO, evento realizado pela EXAME, com patrocínio da Alelo.
O Clube CHRO acontece em São Paulo desde julho de 2023 e reúne profissionais de destaque para discutir tendências e práticas no ambiente corporativo. Neste mês foi realizado no restaurante Varanda Faria Lima, em São Paulo, e contou com a palestra da Suzana Arbex para falar sobre marca pessoal com C-Levels que mais entendem e ao mesmo tempo mais precisam se especializar neste assunto.
O evento também conta, desde janeiro deste ano, com uma versão no Rio de Janeiro.
Arbex trouxe à tona uma reflexão profunda sobre como a mídia e as redes sociais moldam a maneira como líderes e organizações se comunicam com o mundo. A especialista destacou a importância de uma comunicação autêntica, que vai além da velha prática de treinamento de porta-vozes, onde se ensina como falar em nome da empresa sem que a mensagem mude com a troca de líderes.
"Hoje, quando se fala em programas de embaixadores, o que realmente está em jogo é a mudança na voz da organização", afirma Arbex. Para ela, as lideranças modernas devem ter consciência de que a mensagem transmitida reflete não apenas a cultura corporativa, mas também os valores pessoais dos indivíduos que a conduzem.
As lideranças, segundo a especialista em marca pessoal, devem carregar consigo a missão de humanizar a marca sem expor sua vida íntima. A troca de valores entre o pessoal e o profissional deve ser equilibrada, e a autora acredita que, mais do que nunca, as redes sociais são ferramentas essenciais, mas com moderação.
"Não há necessidade de expor todos os detalhes da vida pessoal, seja em uma entrevista ou LinkedIn. A chave é se apropriar da narrativa e compartilhá-la de maneira autêntica e cuidadosa", afirma.
Mas do que nunca os profissionais precisam se importar com o capital relacional, ou seja, as conexões genuínas e duradouras construídas dentro e fora do ambiente corporativo, conta Arbex. Segundo a empresária, embora o LinkedIn seja uma plataforma essencial para visibilidade, a verdadeira construção de marca pessoal vem das interações reais e do desenvolvimento de relacionamentos sólidos com pessoas de diferentes áreas e gerações.
"As conexões intersetoriais são essenciais para promover a inovação e expandir suas perspectivas", diz Arbex.
O conceito de menos é mais também foi uma dica de Arbex. Ao ser questionada sobre o uso excessivo de redes sociais, ela reforçou que é importante saber o que compartilhar, com quem compartilhar e, acima de tudo, por que fazer isso. Para a especialista, é preciso ter clareza sobre a mensagem que se deseja passar e como ela se alinha aos valores pessoais e organizacionais.
"A qualidade da rede de relacionamentos é mais importante do que a quantidade de seguidores", afirma.