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‘A IA sozinha não faz nada’: gerente de grande banco traz lição que todo líder precisa ouvir

Andrea Tiemi, Gerente de Produtos e Transformação PJ no Santander, explica por que a tecnologia só gera valor quando encontra repertório humano

Andrea Tiemi, Gerente de Produtos e Transformação PJ no Santander

Andrea Tiemi, Gerente de Produtos e Transformação PJ no Santander

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 09h18.

Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 09h21.

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Durante o módulo internacional do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas (PIACC), da Saint Paul, em parceria com a ESMT Berlim, uma pergunta mudou a perspectiva de Andréa Tiemi: “Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?”

A resposta veio rápido e com emoção. “Era a primeira vez que eu estava estudando fora do país, longe dos meus filhos, que na época tinham seis e dois anos”, lembra. “E isso me marcou, porque inovação é isso: requer coragem, resiliência e muita criatividade.”

A lembrança sintetiza o modo como ela enxerga a própria carreira, feita de descobertas, reinvenções e coragem para construir o novo, sempre com base em propósito e método.

Da arquitetura à transformação de negócios

Formada em Arquitetura e Urbanismo, Andréa começou a carreira fiscalizando e gerenciando canteiros de obras. No cotidiano técnico e intenso das construções, encontrou que sua verdadeira vocação era a gestão de projetos.

 “Foi ali que descobri minha paixão por gestão, por coordenar processos e pessoas para fazer algo sair do papel”, conta.

A transição da prancheta para a estratégia veio naturalmente. Ao longo de mais de uma década, ela acumulou experiências em liderança de projetos, planejamento estratégico e estruturação de novos negócios, sempre com foco em transformação organizacional e melhoria de processos.

Desde 2014, construiu uma trajetória sólida no Santander Brasil, onde hoje ocupa o cargo de Gerente de Produtos e Transformação PJ. Antes disso, atuou em áreas de engenharia, real estate e planejamento estratégico, liderando times e projetos de reestruturação de processos, análise de dados e transformação digital.

“Trabalho hoje com a plataforma de crédito imobiliário PJ, reestruturando processos e integrando dados para apoiar decisões que impactam diretamente a experiência do cliente”, explica.

Andrea Tiemi, Gerente de Produtos e Transformação PJ no Santander

Inteligência artificial com repertório humano

Ao falar sobre o papel da tecnologia, Andréa adota uma postura pragmática — e humana. “A inteligência artificial vai ser, na verdade, uma fonte de informações para conectar outros temas. Ela sozinha não faz nada. Precisa do humano atrás dela, alguém com repertório e criatividade para contestar e recriar conexões que talvez a IA sozinha não faça.”

Essa percepção foi amadurecida durante o Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs e Conselheiros ( PIACC), onde Andréa buscou compreender a IA não apenas como ferramenta, mas como estratégia. 

“Eu fui procurando ampliar meu repertório em tecnologia, mas o curso não ficou focado nisso. Ele mostra os riscos, os mitigantes e as análises necessárias para decisões mais profundas e assertivas”

Para ela, o diferencial do programa foi mostrar que a inteligência artificial não substitui o raciocínio humano, ela o expande.

"O curso te ensina a ter repertório para tomar decisões, a entender onde vale a pena investir e como usar dados de forma estratégica. Não é sobre dominar uma ferramenta, é sobre aprender a pensar com ela"Andrea Tiemi, Gerente de Produtos e Transformação PJ no Santander

O desafio de transformar processos complexos em decisões simples

No Santander, a executiva aplica o que aprendeu para desenvolver modelos de governança e transformação organizacional baseados em análise de dados e previsibilidade. 

“Antes, muitas decisões eram tomadas de forma empírica. Agora, conseguimos agregar informações concretas para subsidiar as escolhas do negócio.”

Ela vê a IA como aliada na identificação de processos e riscos, e não como substituta da intuição humana. 

“O uso da ferramenta tem que ser comedido, especialmente em decisões estratégicas. É preciso conhecer os processos e questionar as respostas que ela te dá — entender de onde vêm os dados e quais são as fontes utilizadas.”

Esse olhar crítico, diz Andréa, é o que diferencia líderes preparados dos que apenas seguem tendências. “Não é sobre confiar cegamente na tecnologia. É sobre saber explorá-la de forma responsável e criativa.”

Inovação é descoberta, não destino

Ao longo da entrevista, Andréa volta várias vezes a um conceito que considera essencial: o campo de descoberta, ou discovery. “Não adianta usar uma ferramenta se você não sabe o problema que quer resolver. Errar, corrigir e aprender faz parte do processo de inovação”, explica.

Essa mentalidade a levou a se tornar mentora de alunos de MBA na Saint Paul, compartilhando a mesma provocação que a impulsionou, de sair da superficialidade e buscar profundidade nas análises e decisões.

Não é uma corrida contra as ferramentas, porque elas vão ficar obsoletas rapidamente. É sobre ter um repertório que te dê segurança para tomar decisões e para saber quando vale a pena investir.”

No fim, a mesma frase que ouviu em Berlim continua servindo de guia sobre fazer algo pela primeira vez ser o verdadeiro motor da inovação. 

Toda transformação começa quando a gente decide sair da zona de conforto. E a inteligência artificial, por mais poderosa que seja, depende disso: da nossa coragem de aprender, desaprender e reconstruir.”

Transforme conhecimento em estratégia. Assim como Andréa Tiemi, desenvolva o repertório humano que dá sentido à tecnologia e aprenda a liderar com inteligência artificial de forma ética, criativa e assertiva. Inscreva-se no Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas (PIACC) da Saint Paul e lidere a inovação com propósito

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