São Paulo - Em pleno século 21, a partipação feminina no mercado de trabalho continua marcada por desigualdades. Com remuneração média mais baixa que o homem e escassa participação na alta cúpula das empresas, a mulher só será plenamente reconhecida no mundo corporativo daqui a 120 anos, prevê a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Nesse cenário de filme de terror, o cinema pode ser um importante instrumento de mudanças - sobretudo ao trazer protagonistas femininas em luta constante para vencer preconceitos e se destacar em suas áreas de atuação. A seguir, você verá 8 filmes sugeridos a EXAME.com por executivas que trabalham em áreas tão distintas quanto saúde, vendas e recursos humanos. Em comum, os títulos têm a capacidade de motivar, emocionar e inspirar mulheres a perseguirem seus ideais de carreira. Navegue pelas imagens para conhecer as indicações.

Audrey Tautou vive a icônica estilista francesa Coco Chanel antes da fama. Após viver anos em um orfanato, a protagonista trabalha como cantora e costureira em um bar. Tudo muda quando seu impressionante talento para criar chapéus é descoberto. Por que é inspirador? Na opinião de Priscila Capellato, fundadora da empresa de e-commerce Natue, a história vale a pena por mostrar como a bravura e a genialidade de uma mulher revolucionaram o mundo. "Ela trabalha duro para romper com os conceitos da época, inspirando-se no vestuário masculino e liberando as mulheres da silhueta marcada pelo corselete", diz Priscila. "Apesar de todas adversidades, ela consegue por seu próprio mérito mudar o mundo da moda para sempre". "Coco avant Chanel"
Diretora: Anne Fontaine
Ano: 2009
País: França/Bélgica

Meryl Streep encarna Margaret Thatcher, a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra na história do Reino Unido. O longa focaliza o desenvolvimento da carreira política da famosa "dama de ferro", bem como suas relações afetivas e familiares. Por que é inspirador? Eleita primeira-ministra do Reino Unido em 1979, Thatcher precisou se inserir em um ambiente predominantemente masculino: a política. "Havia muito preconceito, que colocava em dúvida a competência da mulher para ocupar um cargo de tanto destaque", diz Rosângela Bittencourt, diretora financeira do Grupo Equipamed. Para ela, a história merece ser vista por mostrar como Thatcher superou a discriminação e se tornou uma referência para outras mulheres, que ainda precisam se impor na política e diversos outros âmbitos de atuação.   "The Iron Lady"
Diretora: Phyllida Lloyd
Ano: 2011
País: Reino Unido/França

O filme conta a história real de Joy Mangano, empresária norte-americana que construiu sua fortuna a partir da invenção de um produto de limpeza revolucionário. No fim dos anos 1980, ela trabalhava como vendedora de bilhetes de avião e vivia com os dois filhos, a avó e o ex-marido em meio a sérios problemas financeiros. Aos poucos, ela descobre que o caminho para a felicidade - e para a prosperidade financeira - está em dar uma chance para seu próprio talento como inventora. 

Por que é inspirador? Vivida pela atriz Jennifer Lawrence, Joy é uma personagem interessante porque vence dois obstáculos importantes: a competitividade do mundo dos negócios e a desvalorização feminina no mercado de trabalho nos anos 1980. Apesar de diversos avanços de lá para cá, é importante observar como ainda convivemos com diversos preconceitos contra a mulher, diz Priscila Capellato, fundadora do e-commerce Natue.  "Joy"
Diretor: David O. Russell
Ano: 2015
País: Estados Unidos

Neste drama, o espectador conhece a história de Aung San Suu Kyi, proeminente figura da política de Mianmar (antiga Birmânia) e ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991. Vivida pela atriz Michelle Yeoh, a militante enfrentará a truculência do regime e sacrificará sua vida afetiva para lutar pela democracia em seu país. Por que é inspirador? De acordo com Mariana Horno Netto, gerente sênior de divisão da consultoria de RH Robert Half, não é difícil se comover com este filme. "Ele expõe a resistência de uma alguém que abriu mão de toda a sua vida pelo ideal de salvar o seu país", diz ela. "É uma história muito forte para qualquer mulher".  "The lady"
Diretor: Luc Besson
Ano: 2011
País: França/Reino Unido

Erin Brockovich (Julia Roberts) é mãe solteira de três filhos e está desempregada. Após se formar como técnica jurídica, ela consegue o feito de derrubar uma grande empresa de energia responsável por danos ambientais em sua cidade. O filme foi baseado na história verídica de Brockovich, que atualmente preside uma consultoria e trabalha como ativista ambiental. Por que é inspirador? Além de apresentar uma mulher como referência e fonte de inspiração, o filme prova que habilidades e características pessoais podem ser tão decisivas quanto a formação acadêmica, diz Daniele Barbosa, diretora administrativa no Grupo Equipamed. "A determinação e o talento de Erin para engajar pessoas em torno de uma causa são os fatores cruciais para que ela conquiste seu objetivo", afirma ela.  "Erin Brockovich"
Diretor: Steven Soderbergh
Ano: 2000
País: Estados Unidos

Kate (Sarah Jessica Parker) é uma profissional bem-sucedida que tenta conjugar sua vida familiar com as exigências da carreira. De dia, ela é uma competente executiva financeira de uma renomada firma em Boston; de noite, ela é uma mãe e esposa devotada. O difícil equilíbrio da vida de Kate pode estar ameaçado por um novo projeto que lhe exigirá viagens constantes e pelas investidas românticas de seu colega Jack (Pierce Brosnan). Por que é inspirador? O filme apresenta o velho dilema feminino: conciliar vida profissional, educação dos filhos e casamento. "Muitas mulheres podem se identificar com a personagem, que precisa driblar a competitividade e o machismo do mundo corporativo para se sobressair", diz Mariana Horno Netto, gerente sênior da consultoria de RH Robert Half. "Tudo isso para não falar sobre as funções de mãe, esposa e dona de casa, esferas em que ela também enfrenta desafios, cobranças e preconceitos". "I don't know how she does it"
Diretor: Douglas McGrath
Ano: 2011
País: Estados Unidos

Jules (Anne Hathaway) comanda um site de moda. Sua rotina muda completamente com a chegada de Ben (Robert De Niro), um viúvo de 70 anos de idade que está entediado com sua aposentadoria e se candidata a estagiário “sênior” em seu site. Por que é inspirador? Para Marcela Esteves, gerente de divisão da consultoria Robert Half, o filme ensina que o lado humano jamais deve ser negligenciado em detrimento do sucesso na carreira. "Jules é muito bem-sucedida, mas quer controlar tudo o que se passa em sua empresa, deixando de perceber as pessoas que lá trabalham", explica Marcela. "Sua obsessão pelo trabalho começa então a sacrificar sua saúde, sua vida familiar e até o seu próprio sucesso profissional".    "The Intern"
Diretor: Nancy Meyers
Ano: 2015
País: Estados Unidos  

Ambiciosa e inexperiente, Andrea (Anne Hathaway) é contratada como assistente de Miranda (Meryl Streep), impiedosa editora de uma revista de moda em Nova York. Aos poucos, a jovem descobre que precisará pagar um preço alto para conseguir atender às exigências da nova chefe. Por que é inspirador? Para Alessandra Sodati, gerente comercial do Grupo Equipamed, o mérito do filme está em mostrar como o estilo de liderança interfere no comportamento e no desempenho dos liderados. "O que mais interessa na história é o conflito entre os valores pessoais de Andrea em contraste com os valores da empresa, ali representados pelo comportamento da chefe", explica ela.    "The devil wears Prada"
Diretor: David Frankel
Ano: 2006
País: Estados Unidos