A tecnologia está disponível, mas o sucesso depende de integração (Emilija Manevska/Getty Images)
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Publicado em 5 de setembro de 2025 às 13h00.
O varejo brasileiro está na dianteira da adoção de inteligência artificial (IA) aplicada à gestão de transporte. Segundo pesquisa global, 43% das empresas no país, com receita anual global de pelo menos US$ 750 milhões, já integraram IA e aprendizado de máquina aos seus sistemas de gerenciamento de transporte (TMS), superando a média global de 37%.
A “Global TMS Research” foi realizada pela Manhattan Associates, em colaboração com a empresa internacional de pesquisa Vanson Bourne. Ao todo, o estudo entrevistou 1.450 tomadores de decisão seniores de organizações dos setores de manufatura, varejo, atacado, bens de consumo, supermercados e alimentos e bebidas, nas regiões da América do Norte, América Latina, Europa e Austrália. No Brasil, 75 pessoas foram entrevistadas.
“O avanço do uso da IA no varejo brasileiro para a gestão de transporte mostra que o setor está pronto para transformar dados em vantagem competitiva. Essa agilidade é essencial para atender consumidores cada vez mais exigentes e manter a eficiência operacional em um mercado altamente dinâmico”, afirma Stefan Furtado, gerente regional da Manhattan Associates no Brasil.
O especialista pontua que, embora cinco anos possam parecer muito tempo no contexto da IA, a lacuna entre expectativas futuras e uso atual é significativa, especialmente porque a adoção raramente é simples. Quase 70% das empresas brasileiras já se sentem muito preparadas para agentes autônomos até 2030 — acima da média global de 62% —, mas enfrentam, ou esperam enfrentar, desafios semelhantes aos de outros países.
Entre eles estão a falta de conhecimento e habilidades internas em IA (55% no Brasil, contra 49% no cenário global), dificuldades de integração aos sistemas e fluxos de trabalho existentes (48% no Brasil e 45% no mundo) e preocupações com a qualidade e/ou disponibilidade dos dados (43% no Brasil, alinhado aos 42% globalmente).
“A tecnologia está disponível, mas o sucesso depende de integração, qualificação e dados confiáveis. O desafio das empresas brasileiras não é apenas adotar IA, mas garantir que ela esteja no coração da estratégia de transporte, gerando resultados tangíveis e sustentáveis”, explica Stefan.
Com muitas empresas em posição favorável para aproveitar os ganhos em custo, eficiência e escalabilidade proporcionados por agentes autônomos, aquelas que ainda não avançaram precisam repensar suas estratégias de IA, ou correm o risco de perder fatias significativas (e talvez irrecuperáveis) de mercado para concorrentes mais ágeis.
O verdadeiro valor da visibilidade vai além do simples acesso a dados operacionais: está na capacidade de agir com base nas informações e implementar melhorias de forma mais rápida e eficiente.
Para além das disrupções, 63% das organizações brasileiras afirmam que melhorar a visibilidade aumenta a satisfação dos clientes, por meio de atualizações mais precisas e em tempo real. Já 56% apontam a redução de custos com transporte como um dos principais benefícios da visibilidade operacional.
A pressão por um transporte mais sustentável também é evidente no Brasil. Enquanto globalmente 62% das organizações já implementaram os relatórios da Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), no Brasil esse percentual chega a 76%. Além disso, 39% das empresas brasileiras já consideram a sustentabilidade um fator no planejamento operacional — acima da média global de 34%.
Ainda assim, navegar por exigências complexas e em constante mudança continua sendo um desafio. A conformidade com a sustentabilidade segue como um dos principais obstáculos com potencial para impactar o desempenho organizacional nos próximos cinco anos.
Um TMS moderno pode ajudar a fornecer a visibilidade de dados e as funcionalidades necessárias para medir o progresso e demonstrar conformidade — pontos essenciais para garantir que a sustentabilidade continue no centro das decisões organizacionais.
“A pressão por um transporte mais sustentável é uma realidade, e quem souber transformar esse requisito em inovação terá uma vantagem significativa. Um TMS moderno é a chave para mensurar, reportar e evoluir constantemente nesse quesito”, conclui Stefan.