Com o uso de Big Data e IA, é possível cruzar informações fiscais, financeiras e operacionais em tempo real. (westend61/Getty Images)
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Publicado em 20 de novembro de 2025 às 07h00.
Por Mauricio Frizzarin*
A Black Friday se consolidou no Brasil como o maior evento de vendas já há alguns anos. Em 2025, a expectativa é de que o volume de transações ultrapasse todos os recordes, impulsionados pela digitalização dos negócios e pelo consumo orientado por dados.
No entanto, junto com as oportunidades, surgem também os desafios — especialmente os fiscais e operacionais, que se intensificam nesse curto e intenso período.
É nesse cenário que a Inteligência Artificial (IA) se torna uma aliada estratégica, capaz de transformar a forma como as empresas gerenciam suas operações, tomam decisões e mantêm a conformidade fiscal em tempo real.
Durante a Black Friday, com o volume de vendas crescendo exponencialmente, os varejistas devem ter uma enxurrada de notas fiscais, tributações variáveis por produto e jurisdição, além da necessidade de reconciliação contábil rápida e precisa.
Tradicionalmente, essas tarefas sobrecarregam equipes e aumentam o risco de erros e autuações.
Sistemas inteligentes de gestão fiscal, baseados em machine learning e Big Data, conseguem:
Na prática, isso significa que a área fiscal passa de uma função reativa para um papel estratégico, capaz de apoiar decisões de negócios com base em dados confiáveis e atualizados.
Com o uso de Big Data e IA, é possível cruzar informações fiscais, financeiras e operacionais em tempo real.
Assim, gestores podem acompanhar margens, tributos incidentes e custos logísticos de cada produto, ajustando preços e promoções de forma dinâmica e segura. Imagine, por exemplo, um sistema que identifica automaticamente um aumento repentino nas vendas de um item específico e, ao mesmo tempo, alerta para o impacto tributário dessa variação.
Com a IA, essa análise é feita instantaneamente, permitindo decisões rápidas e assertivas, algo essencial durante a Black Friday, em que cada minuto conta.
Ou seja, aplicação da IA na gestão fiscal e contábil traz ganhos que vão muito além da automação, tais como redução de erros e de passivos fiscais; otimização do tempo das equipes, que passam a atuar de forma mais estratégica; maior transparência e segurança das informações; melhor previsibilidade financeira, permitindo planejar investimentos e promoções com mais precisão.
Além disso, o uso intensivo de tecnologia contribui para a formalização e a competitividade do mercado. Empresas que adotam sistemas inteligentes tendem a operar com mais conformidade, reduzindo assimetrias e fortalecendo o ecossistema como um todo.
Assim, a Black Friday de 2025 marca um ponto de virada. As empresas que enxergam a Inteligência Artificial como parte central da sua operação estarão mais preparadas para enfrentar não apenas picos sazonais, mas um mercado cada vez mais dinâmico e fiscalmente exigente.
Acredito que a combinação entre tecnologia, automação e inteligência de dados é o caminho para uma gestão mais ágil, eficiente e segura. A IA não veio para substituir o julgamento humano, mas para potencializá-lo fornecendo as informações certas, no momento certo, para decisões mais inteligentes.
*Mauricio Frizzarin é fundador e CEO da QYON Tecnologia, empresa norte-americana especializada no desenvolvimento de softwares para gestão empresarial com inteligência artificial. Frizzarin cursou Tecnologia de Software e Marketing, OPM (Owner/President Management) na Harvard Business School, Executive Education em Inteligência Artificial na University of California, Berkeley e em Fintech em Harvard.