(alvarez/Getty Images)
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Publicado em 27 de agosto de 2025 às 13h00.
*Por Carlos Guilherme Nosé
Na vida de um líder, existem momentos em que o peso das decisões parece maior do que qualquer cargo. Não é falta de preparo, é a solidão do topo. E é justamente aí que a mentoria faz diferença.
Nos últimos anos, o vocabulário corporativo se encheu de termos como terapia, coaching, consultoria e mentoria. Muitos os usam como sinônimos, mas cada um cumpre uma função distinta, e entender essas diferenças é essencial para quem busca desenvolvimento real.
A diferença está no lastro da experiência. O mentor não apenas ouve, mas mostra os atalhos, as armadilhas e as escolhas que já enfrentou.
Mentoria não é terapia, nem coaching, nem consultoria. É o espaço em que alguém mais experiente compartilha sua própria jornada — erros, acertos, dilemas — para ajudar o outro a atravessar os seus. Não há manual, nem fórmulas prontas: há troca genuína, com impacto imediato.
Pesquisas mostram isso de forma clara. Segundo a Harvard Business Review, 84% dos CEOs com mentores afirmam que a relação os ajudou a evitar erros estratégicos. A Association for Talent Development revela que empresas com programas formais de mentoria têm 20% mais chance de reter talentos-chave. Mas talvez o benefício mais transformador não esteja nos números: está na sensação de não carregar o fardo sozinho.
Na prática, a mentoria ajuda a acelerar decisões, a enxergar pontos cegos e a ter um espaço seguro para discutir dilemas que não cabem em reuniões de conselho ou em relatórios. É um aprendizado vivo, transmitido de pessoa para pessoa, que molda carreiras e sustenta líderes em fases críticas.
Mais do que uma tendência corporativa, a mentoria é uma das ferramentas mais humanas de desenvolvimento. Porque no fim, por trás de cada escolha estratégica, existe sempre uma vida real, e é nela que a mentoria faz a maior diferença.
E como eu sempre digo: Pare de querer ser um super-herói. O verdadeiro líder não é o que tem todas as respostas, mas o que tem coragem de fazer as perguntas certas, inclusive para um mentor.
*Carlos Guilherme Nosé é CEO da Fesa Group