Painel durante o 12° Congresso Brasileiro de Fertilizantes (CBFer) (ANDA/Divulgação)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 07h00.
Com a taxa Selic a 15%, o agronegócio brasileiro começa a encontrar dificuldades na aquisição de crédito, cenário que gera estratégias mais cautelosas. Oferecendo alternativas e investindo em inovação, o setor de fertilizantes pode cumprir papel chave nos resultados da safra de 2025.
A conta é simples: mais e melhores fertilizantes é igual a menos áreas degradadas e menos necessidade de aumentar a área de cultivo para escalar a produção.
E os produtores já demonstram interesse em alternativas mais competitivas, como o sulfato de amônio que vem ganhando espaço entre os nitrogenados e em substituição à ureia.
“O fertilizante é um dos elementos fundamentais na equação do sistema de produção, formando a base do agronegócio que, no Brasil, representa cerca de 25% do PIB””, disse o diretor-presidente da EuroChem e conselheiro da ANDA, Maicon Cossa, durante o 12° Congresso Brasileiro de Fertilizantes (CBFer).
Durante o evento em São Paulo, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) no dia 2 de agosto, fatores globais também foram discutidos.
Sérgio Vale, economista da MB Associados, declarou que as tarifas de Trump, “por si só, não mudam a balança comercial". Poucas indústrias efetivamente retornarão ao país (EUA) e o aumento de arrecadação será mínimo”.
A aposta é de maior aproximação de outros parceiros comerciais, como a China. Para aproveitar o movimento e lidar com as questões domésticas, os especialistas presentes ressaltaram a urgência de políticas de Estado e de um ambiente regulatório favorável para impulsionar a inovação e a produção sustentável no Brasil.
Sérgio Vale também destacou que o agronegócio “continuará impulsionando o crescimento da economia brasileira, respondendo por quase metade do crescimento do PIB nacional projetado para 2025”.
O setor de fertilizantes tem a oportunidade de garantir os resultados ao investir em projetos estratégicos, como o Complexo Mineroindustrial da Serra do Salitre, da EuroChem, que visa reduzir a dependência brasileira de importações e fortalecer a produção nacional.
Este e outros projetos foram citados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin em sua fala na cerimônia de abertura, onde também reforçou o compromisso do governo com o setor de fertilizantes
No painel "Agricultura Regenerativa e os Fertilizantes", José Carlos Polidoro, assessor do Ministério da Agricultura e Pecuária, defendeu que os fertilizantes são a chave para a sustentabilidade, e não poluentes.
Ele destacou que:
Francisco Matturro, presidente executivo da Rede ILPF, defendeu o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta como um modelo sustentável, produtivo e rentável para a agricultura brasileira.