A Polícia Federal (PF) anunciou neste sábado (17) a prisão na Bolívia do suspeito de liderar uma das principais organizações criminosas do Brasil, alvo de alerta vermelho da Interpol.

O brasileiro foi preso em Santa Cruz de la Sierra, no leste da Bolívia, "por uso de documento falso" em uma operação da 'Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC)', que cooperou com autoridades brasileiras, explicou a Polícia Federal em um comunicado.

"O homem foi identificado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado a uma organização criminosa", acrescentou.

Uma fonte da Polícia Federal disse à AFP que o suspeito é Marcos Roberto de Almeida, conhecido como "Tuta", considerado o sucessor de Marcos William Herbas, conhecido como "Marcola", antigo líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).

"Marcola" está atualmente em uma prisão de segurança máxima.

Segundo a PF, "Tuta" foi recentemente condenado "por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão" e era procurado pela Interpol.

"O indivíduo permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que poderão resultar em sua expulsão ou extradição ao Brasil", informou a Polícia Federal.

O PCC foi fundado na década de 1990 em São Paulo, inicialmente para exigir melhores condições penitenciárias após o massacre no Carandiru, que deixou 111 mortos após uma intervenção policial em 1992.

Atualmente é considerada uma das organizações criminosas mais poderosas do Brasil, com células em todo o país.

As autoridades a acusam, em particular, de enviar cocaína produzida na América do Sul para a Europa.