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Saúde mental é o principal problema de saúde do Brasil para 52% da população

Pesquisa Ipsos mostra salto de 34 pontos percentuais na preocupação com transtornos mentais desde 2018; câncer e estresse vêm na sequência

A saúde mental lidera sozinha entre as preocupações, refletindo um cenário de ansiedade e estresse cada vez maiores.

A saúde mental lidera sozinha entre as preocupações, refletindo um cenário de ansiedade e estresse cada vez maiores.

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 11h40.

A saúde mental virou a maior preocupação de saúde para 52% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 7, pela Ipsos. Em 2018, apenas 18% consideravam o tema prioritário, o que representa um salto de 34 pontos percentuais em sete anos.

O Brasil agora ocupa o terceiro lugar entre os países mais preocupados com bem-estar mental, perdendo apenas para México (78%) e África do Sul (76%).

A maioria dos brasileiros entrevistados (74%) afirmam que pensam frequentemente na própria saúde mental ou de familiares, colocando-se acima da média mundial de 65%.

A pesquisa Health Service Report 2025 também aponta que a pandemia de Covid-19 é a principal causa dessa mudança de cenário dos últimos anos.

Para os brasileiros, a saúde mental preocupa até mais que o câncer, que aparece em segundo lugar com 37%, seguido pelo estresse com 33%.

Saúde mental é o maior desafio para os brasileiros

A saúde mental lidera sozinha entre as preocupações, refletindo um cenário de ansiedade e estresse cada vez maiores. Os dados mostram que 40% dos entrevistados tiveram episódios de depressão nos últimos meses, se sentindo tristes ou sem esperança por semanas.

Outros 42% contaram que sentiram um estresse tão forte no ano passado que não conseguiram dar conta das tarefas do dia a dia várias vezes.

Além disso, mulheres são as que se preocupam mais com saúde mental (60%), em comparação com os homens (44%). O cenário também muda um pouco entre os jovens, já que a Geração Z e os Millennials pensam mais no assunto do que os Boomers.

Outras doenças também preocupam os brasileiros. O câncer vem em segundo lugar com 37%, enquanto o estresse aparece logo depois com 33%. Os problemas cardíacos são citados por 28%, a obesidade por 27% e o diabete por 25%.

Vale ressaltar que mais da metade (55%) acredita que haverá mais pessoas obesas daqui a dez anos.

Outros desafios para a área da saúde no país

Mesmo com algumas melhorias, o sistema de saúde ainda enfrenta muitos problemas. A pesquisa apontou que somente 34% dos brasileiros acham que os serviços disponíveis são bons ou muito bons, e, embora esse número tenha subido em relação aos 18% de 2018, ainda fica abaixo da média global de 42%.

A demora para conseguir atendimento e os longos tempos de espera são apontados como o maior problema por 43% das pessoas. A burocracia vem em segundo lugar, com 39%, seguida pela falta de profissionais (24%) e pelos custos altos (17%).

Além disso, para a população o dinheiro é um obstáculo importante. Oito em cada dez brasileiros (80%) acreditam que muitas pessoas não têm condições de pagar por bons cuidados de saúde. Esse percentual cresceu em relação aos 74% de 2018.

Só 25% dos entrevistados acham que o sistema oferece o mesmo atendimento para todo mundo, mostrando que há muita desigualdade no acesso.

Também entra no cenário o aumento do conhecimento sobre remédios para obesidade, como Ozempic e Wegovy, chegando a 58% dos brasileiros, bem mais que a média mundial de 36%. Somado a esse cenário, 73% dizem tomar decisões sobre saúde sem falar com médicos.

Os pontos positivos ficam por conta do apoio em massa da vacinação obrigatória contra doenças graves, que chega a 71% dos entrevistados, além de a maioria (57%) acreditar que a qualidade da saúde vai melhorar nos próximos anos.

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