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Quem votou na Câmara para derrubar a MP votou contra o país e o povo, diz Gleisi Hoffmann

Após derrota do governo na Câmara dos Deputados, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais se pronuncia nas redes sociais

Ministra e ex-presidente do PT, Gleisi se pronuncia nas redes sociais (Gil Ferreira/SRI-PR/Flickr)

Ministra e ex-presidente do PT, Gleisi se pronuncia nas redes sociais (Gil Ferreira/SRI-PR/Flickr)

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 19h08.

Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 19h49.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou na noite desta quarta-feira, 8, a retirada de pauta da Medida Provisória (MP) 1303 na Câmara dos Deputados. A MP era essencial para o governo cumprir a meta fiscal de 2026.

"Quem votou na Câmara para derrubar a MP que taxava os super-ricos votou contra o país e o povo", disse em seu perfil do X.

A responsável pela articulação política com o Congresso afirmou ainda que "a pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados. Não querem pagar impostos como a maioria dos cidadãos. E não querem que o governo tenha recursos para investir em políticas para a população."

MP 1303

A MP 1303 previa alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O governo esperava arrecadar até R$ 17 bilhões no próximo ano.

A medida precisava ser aprovada ainda hoje tanto pela Câmara dos Deputados, quanto pelo Senado. Afinal, ela caducava hoje.

No entanto, foi aprovado o requerimento de retirada de pauta da sessão desta quarta-feira, encaminhado pelo Deputado Kim Kataguiri (União).

Cronograma apertado e negociações

Para chegar em um acordo de votação, o relator Carlos Zarattini (PT-SP) retirou o aumento da tributação sobre apostas esportivas, que subiria de 12% para 18%, além de manter a isenção do imposto de renda para LCI e LCA.

Para compensar, o texto criou o Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária (RERCT Litígio Zero Bets), que permite a declaração voluntária de recursos não informados ao Fisco.

Durante a votação na comissão mista, Zarattini acatou emenda do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que equiparou a alíquota de IR sobre aplicações financeiras e Juros sobre Capital Próprio (JCP) em 18%.

O relatório também alterava a CSLL das instituições financeiras, elevando as alíquotas para 15% nas fintechs menores e 20% nas maiores. Havia ainda medidas de restrição a compensações tributárias consideradas indevidas.

Próximos passos

Sem a votação, o governo terá de buscar outras formas para cobrir o rombo de mais de R$ 30 bilhões nas contas públicas em ano eleitoral.

Uma delas é ampliar o contingenciamento de emendas parlamentares em R$ 7 bilhões até R$ 10 bilhões, segundo o líder da base no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Zarattini  afirmou, em publicação no X, que houve uma articulação do PP, União Brasil e do Republicanos, com apoio do governador Tarcísio de Freitas, para a derrubada da MP. Ele afirmou que a questão é uma antecipação da disputa eleitoral.

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