As aulas teóricas da CNH poderão ser substituídas por curso online (Detran/Fotos Públicas)
Redação Exame
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 16h01.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 16h28.
O processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode mudar em breve.
A nova proposta do Ministério dos Transportes para tirar o documento traz diversas mudanças, entre elas, a possibilidade de trocar as 45 horas de aulas teóricas em autoescola por um curso on-line oferecido pelo ministério.
O projeto está em consulta pública até dia 1 de novembro pela plataforma Participa + Brasil.
Segundo o Ministério dos Transportes, o objetivo é democratizar a obtenção da CNH, que, hoje em dia, pode custar até R$ 4.200 e tem duração de quase um ano de preparação. A reforma pode reduzir em até 80% esse custo.
Se a nova norma for aprovada na consulta pública, as aulas teóricas deixam de ser exclusividade das autoescolas. Além disso, a carga horária de 45 horas de aula teórica também deixa de ser um requisito.
O candidato pode decidir entre:
Quem optar por fazer o curso teórico à distância poderá confirmar a identidade de forma digital, usando a conta gov.br.
As aulas práticas também podem passar por mudanças. Autoescolas ainda oferecerão as aulas, mas o candidato terá a opção de contratar um instrutor credenciado pelo Detran. O veículo utilizado nas aulas poderá ser disponibilizado pelo instrutor ou pelo próprio candidato.
Assim como as aulas teóricas, as aulas práticas também deixam de ter carga horária mínima. Atualmente, o aluno deve cumprir 20 horas-aula.
Após a consulta pública, a desregulamentação será realizada por meio de portarias, sem a necessidade de aprovação de um projeto de lei. A expectativa do governo é regulamentar a medida até o fim do ano.
A resolução do Ministério dos Transportes visa combater a informalidade do trânsito brasileiro.
Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostram que mais de 900 mil infrações por dirigir sem CNH foram registradas em 2024 e que 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação no Brasil.
Os valores das taxas continuarão sendo definidos pelos Detrans estaduais, mas com maior flexibilidade nas etapas teórica e prática.
Governo divulga como será o passo a passo para tirar habilitação sem autoescolaOs valores das taxas continuarão sendo definidos pelos Detrans estaduais. O governo espera que com a extinção da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas, o custo total para obtenção da carteira caia em até 80%.
O custo médio para ter uma habilitação no país é de R$ 3.215,64, segundo dados do Senatran. O custo com autoescola representa 77% do valor.
O objetivo da medida é reduzir o custo e ampliar o acesso à habilitação para pessoas de baixa renda e mulheres.
A gestão petista afirma que mais de 18 milhões de brasileiros dirigem sem CNH e 54% não têm carteira de motorista. O grande motivo é o custo, segundo pesquisa realizada pela pasta.
A abertura do processo será feita diretamente pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou por meio da Carteira Digital de Trânsito (CDT).
Segundo o Ministério dos Transportes, o governo manterá as provas escrita e a prática para tirar a habilitação, mas as aulas da autoescola serão facultativas.
Segundo o ministério, não. O novo modelo retira a exigência de carga horária mínima de 20 horas-aula práticas. O candidato poderá escolher como fará sua preparação: contratando um centro de formação de condutores ou um instrutor autônomo credenciado pelos Detrans.
A proposta do governo retira a obrigatoriedade das aulas de autoescola no processo de emissão da Carteira Nacional de Habilitação.
O conteúdo teórico poderá ser estudado de forma presencial nos CFCs, por ensino a distância (EAD) em empresas credenciadas ou, em formato digital, oferecido pela própria Senatran.
A proposta também prevê a facilitação dos processos de obtenção da CNH para as categorias C (veículos de carga, como caminhões), D (transporte de passageiros, como ônibus) e E (carretas e veículos articulados) permitindo que os serviços sejam realizados pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs) ou por outras entidades, com o objetivo de tornar o processo mais ágil e menos burocrático.
Segundo o governo, os instrutores deverão ser credenciados pelos Detrans. A Senatran permitirá a formação desses profissionais por cursos digitais. O instrutor será identificado pela Carteira Digital de Trânsito e constará no sistema como profissional habilitado.