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Prefeitura do Rio retoma obras do BRT Transbrasil

A estimativa inicial de custo da obra é de R$ 1,416 bi, e a retomada exigiu um pagamento de R$ 115 mi em reajustes contratuais

BRT Transbrasil: a previsão é que essa etapa das obras termine em julho de 2018 (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

BRT Transbrasil: a previsão é que essa etapa das obras termine em julho de 2018 (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de abril de 2017 às 15h20.

A prefeitura do Rio retomou hoje (10) as obras do corredor expresso de ônibus articulados BRT Transbrasil, e afirmou que essa etapa de intervenções não deve habilitar a Avenida Brasil a receber os veículos em todo o trajeto previsto no projeto.

As obras serão realizadas no trecho de Deodoro ao Caju, de 23 quilômetros, e não incluem a construção de dois terminais do BRT que são necessários para que o sistema funcione.

Desse modo, as faixas que serão do coletivo devem continuar a funcionar como pistas expressas para outros.

A previsão é que essa etapa das obras termine em julho de 2018.

A execução restante do BRT depende da realização de novos processos licitatórios, segundo a prefeitura.

A estimativa inicial de custo total do Transbrasil é de R$ 1,416 bilhão, e a retomada das obras exigiu um pagamento de R$ 115 milhões em reajustes contratuais.

As obras do BRT estavam paralisadas desde o início dos Jogos Olímpicos, em agosto do ano passado. Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, mesmo parados, os canteiros de obras custaram R$ 6 milhões por mês ao município.

O prefeito Marcelo Crivella disse que interromper uma obra é "ma tragédia", por elevar os custos.

"Quando vamos retomar as despesas, os aluguéis de equipamentos e a contratação de operários, que já tinham sido dispensados antes, aumentam o custo de maneira imprevisível", afirmou o prefeito.

A obra deve voltar a causar impacto no trânsito da Avenida Brasil, uma das vias expressas mais importantes da cidade. Moradores das zonas oeste e norte, além de parte da Baixada Fluminense, têm a via como principal caminho para o centro e a zona sul do Rio de Janeiro.

As interdições devem ser parciais na via, quilômetro a quilômetro, e devem começar já no meio do feriadão da Semana Santa.

Para a realização das obras, foram contratados 2 mil trabalhadores, e a expectativa da prefeitura é que mais 4 mil empregos indiretos sejam gerados.

Discurso

Ao encerrar o discurso que marcou a retomada das obras, Crivella pediu para o secretário Indio da Costa iniciar uma oração, o Pai Nosso, destacando que Indio é católico.

O objetivo, segundo o prefeito, foi pedir proteção para os operários que vão trabalhar no meio da via expressa.

"Eu não tenho vergonha", disse Crivella, afirmando que a imprensa iria "brigar".

"Eles falam que eu misturo política com religião, mas eu não misturo. Eu sei que só Ele pode nos guardar".

Mais recursos

O secretário de urbanismo, infraestrutura e habitação, Indio da Costa, disse que a prefeitura está em busca de novos recursos para as obras que precisam de conclusão, como o BRT Transbrasil.

Ele afirma que o assunto foi tratado com o presidente da República, Michel Temer, na semana passada, e que ele "se mostrou animado". A verba viria da Caixa Econômica Federal.

Indio da Costa afirmou que auditorias internas estão apurando uma dívida de R$ 917 milhões que não estava nas contas da Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação.

O dinheiro seria para o pagamento de obras já realizadas ou em execução. O secretário não descartou encaminhar o resultado das investigações a órgãos de controle.

"Se o conjunto de auditorias identificar que foi feito de má fé, para se proteger, vamos encaminhar para o Tribunal de Contas [do Município]", disse.

A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa do ex-prefeito Eduardo Paes, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Na semana passada, ao ser criticado por Crivella, Paes havia afirmado que reduziu o déficit da previdência municipal.

Ao responder sobre a despesa de R$ 479 milhões em empenhos cancelados que Crivella afirma ter herdado, a assessoria de Paes disse que "é preciso verificar se todos os serviços foram efetivamente prestados e os materiais entregues até o dia 31 de dezembro de 2016.

Para solucionar, basta a atual administração verificar o que foi realmente executado e efetuar o pagamento com o saldo deixado em caixa pela administração anterior".

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