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PPS quer afastamento do ministro do Trabalho

Manoel Dias é suspeito de envolvimento num esquema para empregar militantes do PDT como "fantasmas" em entidade que recebia recursos da pasta

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 17h30.

Brasília - O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), vai pedir à Comissão de Ética da Presidência que avalie o afastamento do ministro do Trabalho, Manoel Dias, suspeito de envolvimento num esquema para empregar militantes de seu partido, o PDT, como "fantasmas" em uma entidade que recebia recursos da pasta. Para o congressista, "o fato de a Polícia Federal solicitar judicialmente uma investigação contra o ministro é suficiente para a demissão."

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira (3), a PF viu indícios da participação de Dias nas supostas irregularidades e pediu à Justiça Federal em Santa Catarina que remeta os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura de um inquérito específico sobre a conduta de Dias. Como ministros têm foro privilegiado, só a corte em Brasília pode autorizar investigações criminais sobre eles.

Bueno criticou a presidente Dilma Rousseff pela "frouxidão" ao manter o ministro no cargo, apesar das suspeitas. "O Palácio do Planalto precisa demiti-lo o mais rápido possível. Acredito que a Justiça dará a resposta necessária para o caso, mas isso pode demorar. A manutenção de Manoel Dias no cargo representa um grande desrespeito com o trabalhador e com toda a sociedade brasileira", disse o deputado.

Ex-integrantes do PDT em Santa Catarina, em depoimento à PF, confirmaram ter recebido pagamentos da ADRVale - entidade que era abastecida por recursos de convênios com o Trabalho -, sem prestar serviços para ela. O suposto esquema foi denunciado pelo ex-presidente da juventude pedetista em Santa Catarina, John Sievers Dias, em entrevista ao Estado publicada em setembro. Segundo ele, a ordem para receber da entidade sem trabalhar foi de Dias, na época presidente do PDT catarinense.

O ministro nega as irregularidades, atribuindo as denúncias a "fogo amigo". A ADRVale, hoje inativa, sustenta que não houve repasses para "fantasmas" e que todos os funcionários listados em sua folha de pagamentos trabalharam efetivamente.

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