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Lava Jato deflagra operação contra contratos da Odebrecht com Petrobras

Vinte e três mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, por ordem do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba

PF: os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (Vagner Rosário/VEJA)

PF: os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (Vagner Rosário/VEJA)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2018 às 08h23.

Última atualização em 8 de maio de 2018 às 08h26.

São Paulo - A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a 51ª fase da operação Lava Jato com o objetivo de ampliar as investigações sobre mais um esquema de corrupção envolvendo contratos superfaturados da Odebrecht com a Petrobras mediante pagamento de propina a funcionários da estatal e com desvios para agentes públicos e partidos políticos, informou a PF.

Foram expedidas 23 ordens judiciais a serem cumpridas nos Estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, sendo 4 de prisão preventiva e duas de prisão temporária, além de 17 mandados de busca e apreensão, no âmbito da chamada Operação Déja Vu.

"As investigações realizadas indicam a repetição de um modus operandi já amplamente revelado pela operação Lava Jato: a obtenção de contratos por parte de grupo empresarial junto à Petrobras, em valores superfaturados, mediante o pagamento de vantagens indevidas a executivos e gerentes da empresa petrolífera", disse a PF em comunicado.

De acordo com os investigadores, parte dos recursos pagos indevidamente pela Odebrecht para a obtenção do contrato com a Petrobras investigado pela atual fase da Lava Jato foram destinados a agentes públicos e partidos políticos, assim como revelado por diversas outras etapas da operação de combate à corrupção.

A PF não informou de imediato quais partidos teriam recebido recursos desviados por esse esquema.

"O principal mecanismo utilizado para o pagamento de recursos para agentes públicos e políticos seguiu uma forma de agir já verificada em investigações anteriores, o pagamento de percentual dos contratos obtidos pela empresa para agentes públicos e políticos, através de repasses no exterior com a utilização de empresas off-shore, bem como a movimentação de recursos em espécie no país com a intervenção de operadores financeiros já conhecidos no decorrer dos trabalhos da operação Lava Jato", acrescentou a PF.

A Odebrecht assinou no final de 2016 um acordo de leniência com a força-tarefa da Lava Jato no qual aceitou pagar multa bilionária e reconheceu ter cometido erros. Dezenas de executivos e ex-executivos da empreiteira revelaram casos de corrupção envolvendo obras públicas em vários Estados brasileiros e até mesmo em outros países da América Latina.

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