Brasil

Plenário do Supremo decide em breve se julga Azeredo

Decisão da Corte decorre do fato de que Azeredo renunciou ao mandato parlamentar no dia 19 de fevereiro


	Ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG): tendência é que o caso do mensalão mineiro seja remetido para a Justiça mineira
 (José Cruz/Agência Brasil)

Ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG): tendência é que o caso do mensalão mineiro seja remetido para a Justiça mineira (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 20h39.

Brasília - O Supremo Tribunal Federal ainda não marcou uma sessão para decidir se vai julgar ou remeter para a Justiça Federal de Minas Gerais a ação penal do ex-deputado federal e ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo no mensalão tucano. A decisão da Corte decorre do fato de que Azeredo renunciou ao mandato parlamentar no dia 19 de fevereiro, às vésperas do tribunal ter concluída a instrução processual.

Até o início da noite desta quinta-feira, o tribunal não havia divulgado o processo na pauta de votações da próxima semana. Antes da sessão de julgamento do mensalão nesta quinta, o relator do processo de Azeredo, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que gostaria de apreciar logo o caso. "Meu desejo é que fosse (julgado) na semana que vem, mas depende do presidente (Joaquim Barbosa)", afirmou.

A tendência é que o caso seja remetido para a Justiça mineira. Ministros têm afirmado reservadamente que, na atual fase do processo, a renúncia do tucano não configuraria uma manobra para adiar o julgamento. Contudo, não há consenso, uma vez que no caso do ex-deputado Natan Donadon (sem partido-GO) a Corte entendeu que a renúncia dele era sim manobra.

No início do mês passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação do agora ex-deputado federal a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro no mensalão mineiro. Segundo Janot, o esquema foi comandado pelo tucano para garantir a reeleição dele ao governo de Minas Gerais em 1998. Azeredo, entretanto, não foi reeleito.

O chefe do Ministério Público Federal comparou a situação do ex-presidente do PSDB ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Janot disse que Azeredo não apenas comandou a atuação de "diversas pessoas", mas também cuidou de se preservar, "nunca se pondo ostensivamente à frente do esquema e permanecendo sempre em segundo plano, em clara tentativa de ocultar sua participação nos delitos". O relator do processo já disse que não gostaria de superpor os dois esquemas de corrupção em julgamento no Supremo. Regimentalmente, Barroso poderia decidir o caso sozinho, mas preferiu levar o caso para análise dos 10 ministros.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilCorrupçãoEscândalosFraudesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

PF prende suspeitos em operação contra fraudes em concursos públicos

CPI do INSS ouve ministro da CGU sobre fraudes em benefícios de aposentados

Imposto de Renda: o que muda para profissionais liberais, como advogados, médicos e engenheiros?

Polícia investiga morte de dois amigos após consumo de uísque adulterado com metanol em Pernambuco