Agência de notícias
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 22h44.
A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou, nesta quarta-feira, uma fiscalização nos Correios para apurar possíveis irregularidades na gestão da estatal. De acordo com a proposta, a investigação será feita com apoio do Tribunal de Contas da União (TCU).
De autoria da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a proposta recebeu parecer favorável do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que irá recorrer à presidência do Senado para barrar a fiscalização, que pode causar novos desgastes para o governo. O Executivo já enfrenta a CPI do INSS que investiga descontos indevidos dos aposentados a favor de associações e entidades sindicais.
A proposta da oposição teve aprovação relâmpago na Comissão, após os Correios registrarem seguidos resultados negativos. No primeiro semestre deste ano, o prejuízo da estatal mais que triplicou e atingiu R$ 4,37 bilhões. No mesmo período do ano passado, o resultado negativo foi de R$ 1,35 bilhão.
A crise financeira da empresa e dificuldades de implementar um plano de corte de despesas levou o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, a entregar sua carta de demissão ao presidente Lula no início de julho. Contudo, ele continua no cargo e aguarda uma solução para o caso.
No primeiro trimestre, a empresa tinha registrado prejuízo de R$ 1,72 bilhão, o que levou a direção da empresa a cogitar aporte de recursos junto ao governo federal. Nos três meses encerrados em 30 de junho, o prejuízo subiu para R$ 2,64 bilhões.
Um dos principais problemas da empresa é o aumento de gastos com pessoal e despesas administrativas. Por outro lado, a estatal ampliou investimentos e vem perdendo receitas.
Na proposta de fiscalização, a senadora listou quatro frentes: irregularidades administrativas e contábeis e aumento de gastos com patrocínios; gestão temerária e aparelhamento institucional; inadimplência com fornecedores e prestadores de serviço e problemas no funcionamento das agências.
O plano de fiscalização inclui pedidos formais de documentos a órgãos de controle, depoimentos de servidores e ex-dirigentes e visitas técnicas a unidades dos Correios em diferentes regiões.
Ao final do processo, o relatório da Comissão é enviado a diversas autoridades e instituições, incluindo a Mesa Diretora do Senado, o Ministério Público Federal, a Advocacia-Geral da União, o Poder Executivo, a Comissão de Orçamento e o próprio TCU. A comissão também poderá propor mudanças legais com base nas falhas encontradas.