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'Não acredito que vai acontecer', diz Haddad sobre possibilidade da MP do IOF caducar

Ministro da Fazenda afirmou que a missão é construir alternativas dentro do diálogo; MP perde a validade nesta quarta-feira, 8, caso não seja votada no Congresso

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participa do programa "Bom Dia, Ministro", da EBC, na manhã de 7 de outubro de 2025. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participa do programa "Bom Dia, Ministro", da EBC, na manhã de 7 de outubro de 2025. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 08h58.

Última atualização em 7 de outubro de 2025 às 09h06.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou não acreditar que a Medida Provisória 1303, do IOF, vai caducar. A MP perde a validade nesta quarta-feira, 8, caso não seja votada no Congresso.

"Não acredito que vai acontecer isso", afirmou Haddad durante o programa "Bom dia, Ministro", da EBC Governo Federal, na manhã desta terça-feira, 7. "Ninguém é ingenuo a ponto de imaginar que uma lei encaminhada ao Congresso vai ser aprovada sem emendas", disse.

A Comissão Mista da Câmara dos Deputados que analisa a Medida Provisória (MP 1303/25), sobre novas regras de tributação de investimentos, se reúne nesta terça-feira, 7, para analisar o relatório elaborado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Se aprovada, a matéria poderá ser incluída na pauta do plenário no mesmo dia.

O governo já contabiliza a MP no Orçamento, que representa R$ 20 bilhões em receitas. A proposta inicial do Executivo previa uma alíquota de 5% sobre os títulos atualmente isentos da cobrança de Imposto de Renda (IR).

Nossa missão é, dentro do ambiente de diálogo, construir alternativas", completou o ministro.

A mudança afeta diretamente investidores que hoje contam com benefícios fiscais sobre esses ativos.

Durante as negociações, Zarattini elevou a alíquota para 7,5%, o que provocou resistência no setor imobiliário e na bancada ruralista, que reúne cerca de 300 parlamentares.

O relator negocia ajustes no texto com o governo e com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que é contrária a cobrança sobre fundos incentivados que financiam o setor — como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

“Nós estamos evoluindo muito nessa discussão dessas aplicações – LCA, LCI e LCD”, diz Zarattini. Ele adiantou ainda que vai buscar um acordo com o Ministério da Fazenda para reduzir essa tributação, “para garantir que a gente continue tendo recursos”.

Na semana passada, Zarattini afirmou que vai isentar as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA). O anúncio foi feito ao jornal Valor Econômico.

A Medida Provisória 1303/25, editada pelo governo federal, propõe alterações significativas na tributação de aplicações financeiras e ativos virtuais.

A medida visa ajustar a arrecadação fiscal por meio da tributação de fundos de investimento, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e fundos imobiliários, além de trazer regras específicas para a tributação de ativos virtuais, operações em bolsa, empréstimos de ativos e investidores estrangeiros.

*Matéria em atualização

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