Repórter
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 16h18.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou nesta quarta-feira, 5, a Operação Garrafa Legal, com o propósito de fiscalizar estabelecimentos suspeitos de envolvimento em falsificação, adulteração e comercialização ilegal de bebidas alcoólicas. A operação foca na apreensão de garrafas encontradas em depósitos clandestinos ou com indícios de irregularidades fiscais, sanitárias ou ambientais.
Os agentes foram mobilizados na capital paulista e em cidades como Guarulhos, Ribeirão Pires, São Caetano e Santo André. Até o momento, o MP-SP não divulgou o resultado da operação.
O reaproveitamento ilegal de garrafas para a produção de bebidas adulteradas é um dos principais fatores por trás da crise de intoxicação causada pelo metanol, segundo informações do jornal O Globo.
As investigações mostram que os falsificadores compram garrafas originais — adquiridas online ou em bares, adegas e locais de reciclagem — e as preenchem com bebidas produzidas de maneira clandestina. Em seguida, essas bebidas adulteradas são comercializadas como se fossem produtos legítimos.
Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde apontam para 47 casos de intoxicação por metanol, utilizado na adulteração de bebidas alcoólicas, em todo o Estado de São Paulo. O registro mais recente de contaminação ocorreu com uma vítima de 29 anos, em Campinas.
Até o momento, nove mortes foram registradas em São Paulo, incluindo quatro homens residentes na capital, uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo, dois homens de 23 e 25 anos e uma mulher de 27 anos de Osasco, além de um homem de 37 anos de Jundiaí.
A crise foi identificada no início de setembro, quando houve um aumento significativo de casos graves de intoxicação e mortes, principalmente na Região Metropolitana de São Paulo, após o consumo de bebidas adulteradas. A principal suspeita da polícia é de que o etanol vendido em postos de combustível tenha sido adulterado com metanol para ser usado na fabricação de bebidas falsificadas.
Desde o início do ano, mais de 66 pessoas foram presas por envolvimento na adulteração de bebidas, 45 delas somente nos últimos dois meses.
Em 28 de outubro, o Ministério da Saúde divulgou o balanço mais recente sobre a crise do metanol. Segundo a pasta, foram registradas 103 notificações, sendo 59 casos confirmados de intoxicação por metanol e 44 em investigação. Outras 662 notificações foram descartadas.
O estado de São Paulo segue com o maior número de notificações, com 47 casos confirmados e 7 em investigação. O estado já descartou outras 446 notificações.
Além de São Paulo, há casos confirmados em Pernambuco (5), Paraná (6), Rio Grande do Sul (1) e Mato Grosso (1).
Dos casos confirmados, 15 foram registros de mortes: 9 em São Paulo, 3 no Paraná e 3 em Pernambuco. Outros 9 óbitos seguem em investigação — sendo 3 em PE, 2 no PR, 1 em MG, 1 no MS e 2 em SP. Outras 35 notificações de óbitos foram descartadas.