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Moro solta ex-tesoureiro do PT preso pela Lava Jato

Moro estipulou fiança de R$ 1 mi para soltar Paulo Ferreira, mas no final seus advogados depositaram R$ 164,9 mil e ofertaram um Citröen C4 Pallas 2.0

Paulo Ferreira: nesta quinta-feira, 2, o juiz da Lava Jato confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro (Nilson Bastian/Agência Câmara)

Paulo Ferreira: nesta quinta-feira, 2, o juiz da Lava Jato confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro (Nilson Bastian/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 17h42.

O juiz Sérgio Moro mandou soltar o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Alvo da Operação Abismo, 31º desdobramento da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cempes), Ferreira estava preso desde 23 de junho do ano passado.

Em dezembro, Moro estipulou fiança de R$ 1 milhão para soltar o ex-tesoureiro, mas a defesa alegou que ele não dispõe dessa quantia.

Em janeiro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro em férias, reduziu a fiança para R$ 200 mil, valor também não alcançado por Ferreira - seus advogados depositaram R$ 164,9 mil e ofertaram ainda um Citröen C4 Pallas 2.0.

Nesta quinta-feira, 2, o juiz da Lava Jato confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro. A quantia remanescente deverá ser depositada em 45 dias.

"Concedendo ao acusado o benefício da dúvida, pois é possível que tenha gasto o valor que lhe teria sido repassado com consumo ou em outras finalidades, é o caso de liberá-lo desde logo", decidiu Moro.

Em seu despacho, Moro destacou que 'é um tanto discutível' o argumento do ex-tesoureiro de que não possui recursos para cobrir o valor da fiança. O juiz observou que o próprio Paulo Ferreira admitiu ter recebido 'valores vultosos' do lobista Alexandre Romano, o Chambinho, delator da Operação Abismo.

Em dezembro, durante audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Lava Jato, Paulo Ferreira confessou ao juiz Moro que 'o PT - e os outros partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados'.

"Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio'", disse, na ocasião.

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