Supporters of Brazil's former president (2019-2022) Jair Bolsonaro hold signs during a demonstration in Sao Paulo, Brazil, on September 7, 2025. Bolsonaro tests his political strength with demonstrations in the country's main cities, days before the Supreme Court delivers its verdict. The far-right leader, also a former army captain, risks up to 43 years in prison if convicted of attempting to cling to power after losing the 2022 elections to his leftist rival Luiz Inacio Lula da Silva. (Photo by Cris Faga/NurPhoto via Getty Images) (Cris Faga/NurPhoto via Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 07h09.
Dados do Monitor do Debate Político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common, mostram que as manifestações organizadas por bolsonaristas tiveram um alto engajamento pelo país.
"Quando a gente vê a taxa de mobilização por população e pelo número de eleitores, nota-se que 2% dos eleitores do Bolsonaro estavam nas ruas. É um número muito alto, muito elevado mesmo. Se a gente olhar nos parâmetros históricos, em outras sociedades, é um nível de mobilização muito significativo", avalia Pablo Ortellado.
Em relação às duas maiores cidades aferidas, Rio e São Paulo, Ortellado afirma que, ao olhar a série histórica, os engajamentos foram maiores nos atos em que Bolsonaro marcou presença. No caso deste domingo, como o ex-presidente não estava em nenhum deles, o engajamento foi semelhante nas duas cidades, um pouco maior no Rio, devido à menor população carioca.
"São Paulo (42,2 mil participantes) e Rio (42,7 mil) não são apenas as maiores mobilizações em termos absolutos, mas também em termos proporcionais, ou seja, em relação ao número de habitantes e ao número de eleitores de Bolsonaro, embora a do Rio proporcionalmente seja bem maior que a de São Paulo porque o Rio tem uma população menor", explica Ortellado.
Em termos absolutos, o Rio registrou 8,2 por mil habitantes, com taxa subindo para 22,1 por mil quando considerados apenas os eleitores de Bolsonaro. No caso de São Paulo, os números ficam em 4,4 e 13,2 por mil, respectivamente.
Ortellado chama atenção ainda para Recife e Florianópolis, que tiveram engajamento significativo.
No caso da capital pernambucana, foram 4.113 pessoas, mas a taxa por número de eleitores de Bolsonaro chegou a 9,5 por mil (3,4 por mil considerando a população total). Em Florianópolis, foram 1.618 pessoas, com 3,6 por mil na população geral e 9,5 entre eleitores bolsonaristas.
"Recife chama a atenção porque é uma capital que elegeu Lula em 2022 e teve o índice de mobilização praticamente dobro das demais cidades, inclusive de algumas que elegeram Bolsonaro. Recife vem votando na esquerda, mas quando se analisa a mobilização por número de habitantes e eleitores de Bolsonaro ela teve um número bem expressivo", destaca Ortellado.
Ainda segundo o relatório, Belém (PA) registrou 1.670 presentes, com taxa por mil habitantes de 1,6 e 3,9 por mil entre eleitores de Bolsonaro. Já Goiânia (GO) reuniu 1.437 pessoas, com 1,2 por mil habitantes e 2,8 por mil eleitores bolsonaristas.