Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 21h12.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar publicamente de seus ministros assertividade e resultados, em discurso no Palácio do Planalto na noite desta quarta-feira. Lula disse que "se não chegam ao presidente, as coisas não acontecem" e disse que seu governo "não tem mais muito tempo".
Em um evento sobre Economia Solidária, Lula cobrou do ministro Luiz Marinho, do Trabalho, a regulamentação da Lei Paul Singer, sancionada no ano passado e que criava uma política nacional sobre o tema. A lei, sancionada em dezembro de 2024 por Lula, visa a criar ações de assistência técnica e fomento ao associativismo e ao cooperativismo, mas ainda carece de regulamentação.
— Em dezembro, foi aprovada a lei da Economia Solidária. O presidente vem aqui, mostra a lei assinada e achei que estava resolvido o problema. Hoje, eu fiquei sabendo porque o (Luiz) Marinho (ministro do Trabalho) me disse que ainda está regulamentando a lei. Foi mais fácil aprovar a lei do que regulamentar, e a regulamentação só depende de nós. Onde é que tem o problema? Deve ter divergência entre os ministros, porque se não tivesse ela estaria regulamentada — afirmou Lula, que também elogiou o ministro petista e o chamou de "irmão" no mesmo discurso.
A uma plateia formada por cooperados e movimentos da sociedade civil, o presidente disse que seu grupo político vai disputar a eleição no ano que vem e que não tem muito tempo. Por isso, diz Lula, os ministros devem informá-lo melhor sobre os conflitos e problemas.
— Meus ministros são muito bons, mas de vez em quando eu pergunto por que tal coisa está demorando e me dizem "a gente não quer levar dor de cabeça para você". Meu Deus do céu, é como se o filho quisesse mamar e não pedisse para a mãe dar o peito. Se sou eu que vou decidir, as coisas têm que chegar na minha mão logo. Nós não temos mais muito tempo, a gente vai disputar uma eleição, mas se ganha ou perde só ele lá em cima sabe, e eu também sei — cobrou Lula.
O presidente também criticou publicamente Marinho e a ex-ministra da Mulher Cida Gonçalves pela demora na regulamentação da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres.
— Um belo dia, eu soube que o Marinho e a nossa ex-ministra da Mulher, a Cida, tinham colocado o seguinte termo (prazo na lei de Igualdade Salarial de) 180 dias para regular, prorrogável por mais 180 dias. Isso daria um ano. Meu Deus do céu, não é possível. Regular está mais difícil do que aprovar a lei — disse Lula.