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Juliana Marins morreu de dois a três dias após queda em trilha na Indonésia, diz laudo

Documento obtido pelo RJ2, da TV Globo, indica que a publicitária pode ter permanecido viva por até 72 horas após o acidente; perícia no Brasil confirma múltiplos traumas e hemorragia interna como causa da morte

Agência o Globo
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Publicado em 10 de julho de 2025 às 11h05.

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, morreu entre dois e três dias após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia — um dos destinos mais desafiadores e procurados por turistas na ilha de Lombok. A informação consta em laudo da polícia indonésia repassado à Polícia Civil do Rio e foi revelada com exclusividade pelo RJ2, da TV Globo.

As novas informações reforçam a suspeita de que Juliana permaneceu viva por várias horas após o acidente, sem receber socorro.

O acidente ocorreu na manhã do dia 21 de junho, quando Juliana caiu de um penhasco íngreme em um dos trechos mais desafiadores da trilha. Mesmo após a queda, ela foi localizada com vida por imagens de drone feitas por turistas espanhóis, cerca de 200 metros abaixo do ponto em que despencou. Apesar disso, o serviço oficial de resgate do país asiático não conseguiu alcançá-la a tempo.

Segundo o laudo da perícia feita na Indonésia, a morte da brasileira ocorreu entre 1h15 do dia 23 e 1h15 do dia 24 de junho. O corpo foi resgatado apenas na noite do dia 24, por voluntários que auxiliavam a Basarnas — a agência nacional de busca e salvamento da Indonésia — e foi encontrado a cerca de 600 metros abaixo da trilha original.

Por solicitação da família de Juliana, o corpo foi submetido a uma nova autópsia no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro. Segundo os peritos brasileiros, não foi possível determinar com precisão a data da morte, devido ao estado em que o corpo chegou ao Brasil. Ainda assim, os especialistas confirmaram a causa da morte: hemorragia interna provocada por lesões em múltiplos órgãos, decorrentes de politraumatismos — compatíveis com impacto de alta energia cinética, típico de uma queda de grande altura.

O documento brasileiro também descartou a possibilidade de uma sobrevida prolongada após o impacto. A avaliação dos legistas do IML é de que Juliana sobreviveu, no máximo, por 15 minutos após a queda.

Até então, o que se sabia sobre a autópsia realizada na Indonésia vinha de entrevistas concedidas pelo médico legista Ida Bagus Alit, sem detalhamento técnico nem indicação exata do momento da morte. O laudo completo da perícia do país asiático ainda não foi divulgado oficialmente.

A Defensoria Pública da União, que acompanha o caso a pedido da família, informou que realizará uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, com a presença dos peritos responsáveis pelo exame no Brasil e de familiares de Juliana. Na ocasião, serão apresentados os detalhes do laudo e discutidas as próximas medidas legais.

Na semana passada, a Defensoria já havia declarado que estuda levar o caso a tribunais internacionais, caso seja comprovada negligência das autoridades indonésias na condução das buscas e do resgate.

O caso segue sob investigação pela polícia da Indonésia. Os exames complementares realizados no corpo de Juliana, logo após o resgate, ainda não tiveram seus resultados tornados públicos.

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