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Jair Bolsonaro sofre crises de soluços e vômitos, diz médico

Médico responsável aponta que vômitos ocorrem de forma reflexa e reforça tratamento medicamentoso

Agência o Globo
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Publicado em 3 de outubro de 2025 às 08h49.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem apresentado crises recorrentes de soluços, que se agravam quando fala por muito tempo ou se exalta.

De acordo com o médico Cláudio Birolini, responsável por acompanhá-lo desde a última cirurgia abdominal, em abril, os episódios chegam a provocar reflexos de vômito.

"Ele persiste com crises de soluços, mais intensas quando se exalta ou fala muito. O vômito ocorre de forma reflexa quando as crises ficam muito fortes, e auxilia na interrupção dos soluços. Estamos insistindo em tratamento medicamentoso para controle e profilaxia dessas crises. Não tem uma causa definida", disse Birolini ao GLOBO.

Preocupações com a saúde de Bolsonaro

O relato reforça as preocupações de pessoas próximas, que estiveram com Bolsonaro nos últimos dias e descreveram um quadro de saúde frágil. Aliados relatam que ele passou parte desta semana debilitado. Ele cumpre prisão domiciliar desde agosto em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília.

Relatos de quem o visitou nos últimos dias dão conta de que Bolsonaro está abatido e alterna momentos de silêncio com conversas curtas de tom político. Na segunda-feira, a família cogitou internação, depois de ao menos quatro episódios intensos de vômito. Birolini foi chamado às pressas, passou a noite na residência e descartou hospitalização imediata.

No dia seguinte, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que os soluços haviam dado uma “trégua” e agradeceu pelas orações.

Visitas de aliados

Mesmo debilitado, Bolsonaro tem recebido visitas de aliados. Na segunda-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve com o ex-presidente e defendeu ao deixar a residência uma anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro como forma de “pacificação”.

Na terça-feira, foi a vez da deputada Caroline De Toni (PL-SC). Após a visita, afirmou que o estado do ex-presidente é “bem delicado” e que a saúde dele preocupa os aliados mais próximos. Na quarta-feira, o senador Esperidião Amin (PP-SC) também esteve na casa, reforçando a sequência de encontros. Entre os que passaram nos últimos dias, estiveram ainda o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado Delegado Caveira (PL-PA).

Pedidos de visitas adicionais

Além das visitas já realizadas, a defesa protocolou no STF quatro pedidos para que Bolsonaro possa receber outros aliados: Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL; o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do partido na Câmara; o senador Márcio Bittar (PL-AC); e o vereador do Recife Gilson Machado Neto, filho do ex-ministro do Turismo. De acordo com os advogados, os encontros teriam caráter pessoal e político e atenderiam à “necessidade de diálogo pessoal com o Peticionante”. As autorizações ainda dependem de decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Série de cirurgias e complicações

A saúde de Bolsonaro tem sido alvo frequente de atenção desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018, que resultou em uma série de complicações no sistema digestivo. Em abril deste ano, ele passou por uma cirurgia de 12 horas para reconstrução da parede abdominal, um dos procedimentos mais complexos de sua trajetória médica. No mês passado, em setembro, deixou sua residência pela primeira vez após a condenação para realizar procedimentos dermatológicos no Hospital DF Star, em Brasília, também sob escolta.

Poucos dias depois, voltou a apresentar crises de soluços e vômitos que levaram sua família a acionar Birolini para atendimento emergencial em casa. Na ocasião, o médico informou que não havia necessidade de internação, mas registrou a persistência dos sintomas.

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