Agência de notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 16h26.
Última atualização em 3 de outubro de 2025 às 16h35.
Duas cidades da Grande São Paulo, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes, estão investigando casos suspeitos de intoxicação por metanol relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas, segundo divulgado pelas prefeituras nesta sexta-feira, 3.
Em Itaquaquecetuba, uma pessoa morreu e há um segundo paciente hospitalizado sob acompanhamento. Mogi das Cruzes também monitora duas mulheres com suspeita do mesmo quadro.
O prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues, informou que dois casos estão sob análise na cidade. Uma das vítimas, um homem de 33 anos, morreu no dia 23 de setembro no Hospital Geral de Itaquaquecetuba (HGI). A prefeitura aguarda o laudo para confirmar se a intoxicação foi causada por metanol, citando que ele teria falecido no dia 24 de setembro, e aguarda o laudo.
O segundo paciente, um homem de 47 anos, foi internado no Centro de Saúde 24h na quinta-feira, 2, apresentando sintomas compatíveis com a provável intoxicação. Ele foi transferido para o HGI e está sendo acompanhado.
“A segunda vítima deu entrada agora há pouco na nossa UPA com todos os sintomas e reflexos de provável intoxicação pelo mesmo produto. Então, se você está com vontade, segure sua vontade porque neste momento o que mais importa é a vida”, disse Boigues em vídeo, se referindo ao uso de álcool.
Diante da gravidade, a Secretaria de Saúde de Itaquaquecetuba instituiu o Gabinete de Gestão de Riscos e Crises (GGRC) para monitorar o cenário, articular ações e adotar medidas de resposta e prevenção. Os casos também serão examinados pelo Comitê de Óbito para dar seguimento à investigação clínica e epidemiológica.
Em Mogi das Cruzes, a Vigilância em Saúde também acompanha dois casos envolvendo mulheres. O diretor Jefferson Renan Araújo Leite disse em entrevista à TV Diário que uma paciente já recebeu alta, mas a outra continua em atendimento em uma unidade de saúde.
A Secretaria de Saúde, em conjunto com as vigilâncias epidemiológica e sanitária, busca identificar os locais de compra das bebidas ingeridas para que os estabelecimentos possam ser fiscalizados.
Em todo o estado de São Paulo, o número total de ocorrências chega a 52, sendo 41 suspeitos, cinco em investigação e 11 confirmados, além de um óbito. A maioria dos casos (35) é da capital paulista, com 13 na Grande São Paulo e quatro no interior e litoral.
A Polícia Civil tem intensificado as ações, resultando na apreensão de mais de mil garrafas para análise. Nesta quinta-feira, dia 2, foram apreendidos 1,8 mil lacres falsos na capital e 162 garrafas de uísque com rótulos adulterados em Dobrada, na região de Araraquara.
Outras apreensões incluem 17,7 mil garrafas localizadas em uma fábrica clandestina em Americana na terça-feira, dia 30, e um lote de 128 mil garrafas lacrado em Barueri na quarta-feira, dia 1º, devido à ausência de documentação.
Apesar das ações, o suposto fornecedor das bebidas adulteradas ainda não foi localizado. A polícia trabalha com a possibilidade de a contaminação ter ocorrido durante a lavagem de garrafas vazias em fábricas clandestinas.
Outros estados, como Bahia, Pernambuco, Paraná e o Distrito Federal, também têm notificado casos suspeitos.