Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 19 de maio de 2025 às 16h32.
Última atualização em 19 de maio de 2025 às 16h58.
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta segunda-feira, 19, que o órgão começará a realizar atendimento presencial para aposentados e pensionistas que tiveram descontos ilegais e desejam solicitar reembolso.
"Passada essa demanda inicial, nós precisamos de outro tipo de atendimento. Um atendimento presencial. Vamos lançar em breve. Hoje não tem. É pelo aplicativo Meu INSS e no telefone 135", disse em entrevista a rádio CBN.
O presidente do INSS afirmou que nesta semana será anunciado como funcionará a parceria com os Correios para atendimento presencial nas agências.
"Os Correios são um parceiro importante e tem representativa em 4.400 municípios, o que facilita a chegada dos segurados", disse.
Waller Júnior disse ainda o INSS realizará uma busca ativa para segurados que vivem em locais de difícil acesso ou não tiveram acesso por telefone e aplicativo.
"A nossa missão é não deixar ninguém para trás. Para que todo mundo que teve desconto possa reaver esse dinheiro e verificar se esse desconto foi regular ou não", afirmou.
Waller Júnior detalhou que nos cinco primeiros dias de consulta dos descontos de entidades associativas mais de 7 milhões de consultas foram realizadas, sendo que 3,8 milhões não possuíam descontos. Desse total, 1,5 milhão afirmaram que não autorizam e solicitaram reembolso. O presidente explicou que o INSS mandou a notificação para quem teve desconto em todas as 41 instituições habilitadas e não só as investigadas na operação da PF.
Na semana passada, o instituto permitiu que aposentados e pensionistas que tiveram descontos associativos sem autorização solicitem reembolso. Cerca de 9 milhões de pessoas foram notificadas por terem descontos associativos em seus benefícios. Com as solicitações de reembolso, o governo terá dimensão de qual o percentual desse total teve descontos não autorizados.
No fim de abril, a Polícia Federal deflagrou uma operação que revelou um esquema de desvios de descontos associativos não autorizados por segurados do INSS. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo os investigadores.