Aplicativo Meu INSS com pedido para exclusão de desconto (Joédson Alves/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 19 de maio de 2025 às 10h10.
Última atualização em 19 de maio de 2025 às 10h11.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa Legislativa vai focar nesta semana em acelerar um projeto de lei em resposta à crise do Instituto Nacional de Seguridade Nacional (INSS).
A autarquia se tornou o epicentro de uma crise política após investigações apontarem descontos indevidos em aposentados. Para coibir isso, os deputados federais se movimentam para aprovar a urgência de um projeto que impede a realização de descontos nos benefícios previdenciários referentes a mensalidades de associações.
A urgência é um instrumento que acelera a tramitação de uma iniciativa legislativa e faz com que ela pule a fase de análise por comissões, deixando o texto pronto para ser votado em plenário. A previsão é que o pedido de urgência seja votado na próxima terça-feira.
O autor do projeto é o deputado Sidney Leite (PSD-AM). O texto foi apresentado no último dia 24 de abril, um dia depois de a Polícia Federal deflagrar a operação “Sem Desconto”, que apura descontos irregulares feitos por associações que possuem convênios com o INSS. Segundo as investigações, esses grupos podem ter desviado mais de R$ 6 bilhões nos últimos seis anos.
Para ser aprovada, a urgência precisa do apoio de pelo menos 257 deputados. O mesmo número precisa ser alcançado para aprovar o mérito do projeto. Se chancelado pelos deputados, o texto é enviado ao Senado, onde precisará de pelo menos 41 votos. Se o texto for modificado pelos senadores, ele volta para a análise da Câmara, que dará a palavra final antes de ele ser enviado para sanção. Já caso o projeto passe pelo Senado sem alterações, ele é enviado para sanção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá até 15 dias úteis para decidir se sanciona integralmente, veta totalmente ou se veta apenas parcialmente o texto. Em caso de vetos, eles ainda podem ser votados pelo Congresso, que pode mantê-los ou derrubá-los.
Em paralelo a isso há uma pressão para que seja instalada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as fraudes no INSS. A base do governo está dividida entre tentar barrar a criação do colegiado ou apoiar abertura e garantir os principais cargos da comissão.