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Gripe aviária deve afetar de novo economia do Rio Grande do Sul

Cerca de 40% da economia local vêm do agro. Doença surge depois que o estado sofreu a maior enchente de sua história. A Região Sul é a maior produtora de frango do país

 (Jamie McDonald/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 17 de maio de 2025 às 10h36.

O agronegócio tem peso relevante na economia gaúcha, que será atingida pelo embargo às exportações de carne de frango menos de um ano depois de enfrentar problema semelhante com a doença de Newcastle (DNC) — que também atinge as aves — e um ano após as enchentes que assolaram o estado na passagem de abril para maio de 2024, lembrou Giovani Baggio, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Nas contas do economista, 40% da economia gaúcha vêm do agronegócio, incluindo a agropecuária e os segmentos da indústria de transformação e dos serviços que giram em torno do campo. A transformação de alimentos é o principal segmento da indústria manufatureira do estado:

"Se pegarmos os últimos cinco anos, já incluindo 2025, porque tivemos estiagem de novo aqui, só teve um ano em que não tivemos problemas climáticos que afetaram a produção do agronegócio. Foi em 2021. Tivemos seca em 2020, 2022 e 2023. Em 2024, tivemos as enchentes".

Segundo o economista, mesmo que todas as medidas de controle sejam adotadas rapidamente e evitem o espalhamento da gripe aviária, haverá impactos negativos na economia. Isso já aconteceu após o registro do caso de DNC, em julho do ano passado.

Nas contas da Fiergs, as exportações de carne de frango caíram 6,9% em 2024 ante 2023 por causa da doença, considerando as quantidades. Tanto que, disse Baggio, no acumulado de julho a dezembro, após o registro do caso de DNC, o tombo nos embarques para o exterior foi maior, de 8,4%.

Os três estados do Sul são os maiores produtores de frango do país. Paraná é o maior, e o Rio Grande do Sul é o terceiro. Segundo o economista da Fiergs, 12,2% dos empregos na indústria avícola brasileira estão no estado.

Além disso, 4,5% dos empregos da indústria de transformação no Rio Grande do Sul estão no abate de aves. A atividade é a segunda maior empregadora no setor, atrás da fabricação de calçados de couro, com 4,6% do total.

Baggio disse que em 14 dos cerca de 500 municípios gaúchos, incluindo Montenegro, mais de 10% dos empregos são no abate de aves, segundo a Fiergs. Em três deles — Miraguaí, Nova Araçá e Trindade do Sul —, mais da metade dos empregos estão no setor.

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