Ministro da Fazenda afirma que governo não vai punir empresas por decisão política dos EUA (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)
Repórter
Publicado em 19 de julho de 2025 às 12h01.
Última atualização em 19 de julho de 2025 às 12h09.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na rede social do Ministério da Fazenda que o governo brasileiro não cogita adotar medidas de controle de dividendos como forma de retaliação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros.
Haddad foi enfático ao dizer que não haverá reação punitiva a empresas em resposta ao movimento político dos EUA, em declaração ao Broadcast. “Na avaliação da equipe econômica, prevalece o entendimento de que não se pode punir uma empresa por um movimento da natureza estritamente política”, destacou o ministro.
https://x.com/minfazenda/status/1946579658901684469?s=46
A fala de Haddad ocorre após o anúncio do tarifaço feito por Donald Trump no último dia 9 de julho. O presidente americano afirmou que a nova tarifa é uma resposta aos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra plataformas de redes sociais americanas.
Segundo Trump, decisões do STF como ordens de censura a empresas de tecnologia dos EUA ferem a liberdade de expressão e configuram ataques “insidiosos” às eleições e direitos fundamentais. A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025, mas ainda pode ser revista por meio de negociações bilaterais.
Em carta publicada na rede Truth Social e endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump afirmou:
“Devido, em parte, aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e despejo do mercado brasileiro de mídia social), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais.”
Ainda segundo o comunicado, produtos redirecionados a outros países para tentar escapar da tarifa também estarão sujeitos à taxação.
Enquanto negociações seguem nos bastidores, o governo brasileiro evita alimentar um clima de confronto direto e aposta no diálogo diplomático para tentar reverter a medida sem afetar o ambiente de negócios.