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Genial/Quaest: preocupação com violência dispara após operação no Rio

Os dados mostram que 38% dos brasileiros apontam o problema de segurança pública como a principal inquietação. Na pesquisa anterior, em outubro, eram 30%

Rio de Janeiro: operação aumentou a preocupação da população com a violência (Mauro PIMENTEL/AFP)

Rio de Janeiro: operação aumentou a preocupação da população com a violência (Mauro PIMENTEL/AFP)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 07h00.

A preocupação do brasileiro com a violência disparou oito pontos percentuais e chegou ao maior patamar da série histórica, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 12.

Os dados mostram que 38% dos brasileiros apontam o problema de segurança pública como a principal inquietação. Na pesquisa anterior, em outubro, eram 30%.

Desde agosto deste ano, o tema ganhou relevância com o eleitor, mas chegou ao seu ápice apenas neste mês. Em outubro de 2024, o crime era a segunda maior apreensão, com 17% dos entrevistados apontando o tema.

Em um pouco mais de um ano, a segurança cresceu 21 pontos percentuais e é o maior temor do brasileiro de forma isolada.

Essa é a primeira pesquisa que capta as preocupações dos eleitores após a megaoperação da polícia do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e Penha contra o Comando Vermelho. Mais de 120 pessoas foram mortas em uma ação que mobilizou cerca de 2.500 agentes civis e militares, com a apreensão de 118 armas — entre fuzis, pistolas e revólveres — 14 explosivos e toneladas de drogas. Mais de 80 pessoas foram presas. Quatro polícias foram mortos durante o confronto.

A operação é aprovada por 67% dos entrevistados na pesquisa, índice ligeiramente superior aos 64% apurados pela Quaest em pesquisa no Rio de Janeiro, realizada logo após a operação. Para 67%, não houve exagero na força empregada na operação, contra 29% que pensam o contrário.

A reação e falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a ação policial no Rio frearam a recuperação da popularidade do petista, segundo o instituto de pesquisa.

Apoio ou rejeição a propostas no Congresso

Questionados sobre medidas que poderiam reduzir a violência, 46% apontam incluir leis mais rígidas, penas maiores e a Justiça não soltar criminosos como soluções. Em segundo lugar vem o conjunto formado por mais educação, oportunidades e medidas sociais, apontado por 27%.

Entre as medidas em discussão no Congresso, para 73%, organizações criminosas deveriam ser consideradas como terroristas. Medidas duras têm alto índice de aprovação. 88% são a favor do aumento da pena para homicídios cometidos a mando de organizações criminosas; 65% apoiam a retirada do direito de visita íntima a membros de facções nas prisões; a PEC da Segurança é aprovada por 60%.

A transferência da responsabilidade da segurança pública ao governo federal é aprovada por 52% e, na mão contrária, 46% defendem que cada estado tenha legislação própria sobre segurança pública. A facilitação da compra e do acesso a armas de fogo, por sua vez, é reprovada por 70%.

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro. Foram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais.

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