Brasil

Ex-secretário de Doria declara apoio à candidatura de Márcio França

Apesar de não ser filiado ao PSDB, partido de Doria, Anderson Pomini foi pressionado por setores da legenda a se unir a França

Um dos mais próximos auxiliares de João Doria (PSDB) na Prefeitura de SP, declarou nesta segunda-feira, 22, o apoio ao governador Márcio França (Nacho Doce/Reuters)

Um dos mais próximos auxiliares de João Doria (PSDB) na Prefeitura de SP, declarou nesta segunda-feira, 22, o apoio ao governador Márcio França (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 11h04.

São Paulo - Um dos mais próximos auxiliares de João Doria (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, o advogado Anderson Pomini, ex-secretário municipal da Justiça do tucano, declarou nesta segunda-feira, 22, o apoio ao governador Márcio França, candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirantes.

A decisão foi mais um capítulo no jogo de forças nos bastidores do partido. Apesar de não ser filiado ao PSDB, Pomini foi pressionado por setores da legenda a se unir a França.

Há no interior do Estado uma migração de prefeitos tucanos para a campanha do pessebista. Muitas deles foram clientes de Pomini, que é especialista em direito eleitoral.

"Um homem público precisa ter palavra e cumprir seus compromissos, por isso vou votar no França. E não estou só, pois muita gente do próprio PSDB também o apoia", disse Pomini ao Estado.

O advogado, que coordenou a área jurídica da campanha de Doria à Prefeitura em 2016, também afirmou que o candidato do PSDB ao governo paulista deveria ter terminado o mandato.

"Tenho respeito por ele, mas acho que Doria deveria ter terminado o mandato para concluir seu compromisso com a população de São Paulo", disse.

Debandada

Em 8 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno da eleição, a executiva municipal do PSDB decidiu expulsar o ex-governador Alberto Goldman, o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro, e mais 15 tucanos por infidelidade partidária.

Desafeto de Doria, Goldman tem publicado vídeos contra o ex-prefeito e não escondeu a preferência por Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno.

A decisão sobre as expulsões, porém, foi desautorizada pela direção nacional executiva do PSDB, que é presidido pelo ex-governador Geraldo Alckmin, candidato derrotado da legenda à Presidência.

Em agenda de campanha no sábado, 20, na região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, Doria minimizou a debandada de tucanos. "É bom que fiquem com Márcio França, inclusive depois da nossa vitória. As esquerdas se unem", disse o candidato.

Entre os prefeitos do PSDB que trocaram Doria por França estão Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, Ademir Lindo, de Pirassununga, e Fábio Marcondes, de Lorena.

Procurada, a assessoria de Doria disse que ele não comentaria as declarações de Pomini. Aliados do ex-prefeito minimizaram nesta segunda-feira a decisão do ex-secretário de apoiar a candidatura do governador Márcio França. "Ele não tem nenhum voto. Tenho dúvidas se ele teria os votos da própria família. É uma surpresa que não nos preocupa", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), um dos tucanos mais próximos a Doria.

Pomini foi um dos homens fortes durante a passagem de Doria pela Prefeitura e também coordenou o departamento jurídico da vitoriosa campanha do tucano em 2016. Ele deixou a administração junto com Doria, em abril deste ano, e desde então se afastou do ex-prefeito.

Segundo o deputado estadual Marco Vinholi (PSDB), líder do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Pomini não tem "protagonismo político" e a declaração não causará efeito nenhum na campanha de Doria. Apesar de não ser filiado ao PSDB, Pomini advogou para vários prefeitos da legenda no interior do Estado. Ele é especializado em Direito Eleitoral.

As defecções de aliados de Doria têm sido exploradas pelo adversário Márcio França na campanha. O candidato do PSB tem dito nos debates na TV que o tucano "não tem amigos" e "está sozinho" na eleição porque "trai seus aliados".

Haddad

Já o tucano Daniel Annenberg, que é secretário municipal de Inovação e Tecnologia desde o início da gestão Doria, declarou nesta segunda nas redes sociais apoio ao petista Fernando Haddad na eleição presidencial contra Jair Bolsonaro (PSL), candidato apoiado pelo ex-prefeito.

"Tenho divergências com o PT, mas jamais apoiaria a candidatura de uma figura pública que nada fez pelo País em toda sua trajetória política, que vocifera violência, faz chacota da tortura e flerta com a ditadura militar", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018GovernadoresJoão Doria JúniorMárcio França

Mais de Brasil

Governador gaúcho pede que populações deixem áreas de risco

Defesa Civil alerta para ventos fortes na faixa leste de São Paulo

AGU vai definir estratégia para contestação de derrubada do IOF

'Absurdo atrás de absurdo': irmã de Juliana Marins sobre divulgação de autópsia antes de laudo final