Brasília - O empresário Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, disse aos parlamentares da CPI da Petrobras, na tarde desta quinta-feira, 23, que o esquema de corrupção que se desenvolveu na estatal não é bom para a companhia nem para os empresários.
	"Como empresário posso garantir que esse sistema não é bom para a empresa, não é bom para o empresário. O empresário também é vítima. Quando tivermos a oportunidade de voltar a ser convidados pela Petrobras, de voltar ao mercado, meu maior objetivo era preservar empregos", declarou o delator das investigações da Lava Jato, se dizendo preocupado com os trabalhadores que estão perdendo seus postos de trabalho.
	O empreiteiro disse não acreditar que o Conselho de Administração da Petrobras soubesse do esquema, nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua sucessora, Dilma Rousseff, ou o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.
	"Acredito que, se soubessem, teriam parado com essa questão lá atrás. Minha opinião: acredito que não sabiam", disse.
	Na avaliação de Mendonça, coisas positivas aconteceram na Petrobras nos últimos anos, entre elas a descoberta "heroica" do pré-sal. "A corrupção é um problema enorme, mas não podemos culpar os funcionários da Petrobras", disse.
	Para ele, a corrupção privilegia a incompetência. Aos deputados, Mendonça disse também que, a partir de 2012, com a entrada da nova diretoria na estatal, as cobranças por propina acabaram.
	Preços
	Mesmo com os danos provocados pelo esquema, o empresário avaliou que a política de preços da companhia também foi prejudicial. "O maior prejuízo da Petrobras foi ficar com seus preços sem reajuste, vendendo gasolina mais barato do que comprava", comentou.
	Questionado sobre a cartelização, originada no final da década de 90, o empreiteiro contou que o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, era o contato "natural" entre as empresas e a Petrobras.
	A preocupação do grupo, que começou com nove empresas e chegou a 16, era proteger-se e não competir entre si.
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                    1. Quanto cada político recebeu das empresas investigadas
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                    1/34  (Baris Simsek/Thinkstock) 	São Paulo – A lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de  corrupção na  Petrobras inclui 12 senadores e 22 deputados em exercício.	Destes, 19 receberam doações das empresas investigadas na  Operação Lava Jato para suas campanhas eleitorais, seja em 2014 ou em 2010. A suspeita dos investigadores é de que essas doações legais tenham sido usadas para pagamento de propina a políticos.	Em depoimento, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, afirmou que as doações são, na realidade,  “empréstimos a juros altos”.	Somados, os 34 parlamentares suspeitos receberam ao menos R$ 11,2 milhões das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras.	Além dos congressistas, também são investigados os governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro, e Tião Viana (PT), do Acre. 	Veja nas fotos acima quanto cada senador e deputado recebeu.  
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                    2. Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Governador do Rio de Janeiro
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                    2/34  (Tomaz Silva/Agência Brasil) 
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                    3. Renan Calheiros (PMDB-AL) - Senador
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                    3/34  (Ueslei Marcelino/Reuters) 
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                    4. Romero Jucá (PMDB-RR) - Senador
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                    4/34  (AGÊNCIA BRASIL) 
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                    5. Edison Lobão (PMDB - MA) - Senador
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                    5/34  (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL) 
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                    6. Valdir Raupp (PMDB-RO) - Senador
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                    6/34  (Geraldo Magela/Agência Senado) 
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                    7. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Deputado
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                    7/34  (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr) 
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                    8. Aníbal Gomes (PMDB - CE) - Deputado
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                    8/34  (Câmara dos Deputados/Diogo Xavier) 
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                    9. Tião Viana (PT-AC) - Governador do Acre
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                    9/34  (Agência Brasil) 
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                    10. Lindbergh Farias (PT-RJ) - Senador
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                    10/34  (Wilson Dias/ABr) 
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                    11. Humberto Costa (PT-PE) - Senador
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                    11/34  (Wikimedia Commons) 
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                    12. José Mentor (PT-SP) - Deputado
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                    12/34  (José Cruz/Agência Brasil) 
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                    13. Vander Loubet (PT-MS) - Deputado
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                    13/34  (Flickr/Vander Loubet) 
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                    14. Fernando Collor (PTB-AL) - Senador
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                    14/34  (Antonio Cruz/ABr) 
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                    15. Ciro Nogueira (PP-PI) - Senador
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                    15/34  (Wikimedia Commons) 
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                    16. Benedito de Lira (PP-AL) - Senador
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                    16/34  (Moreira Mariz/Agência Senado) 
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                    17. Gladson Cameli (PP-AC) - Senador
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                    17/34  (Reprodução / Facebook) 
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                    18. Nelson Meurer (PP-PR) - Deputado
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                    18/34  (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados) 
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                    19. Luiz Fernando Faria (PP-MG) - Deputado
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                    19/34  (Divulgação) 
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                    20. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - Deputado
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                    20/34  (Elza Fiuza/ABr) 
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                    21. Arthur Lira (PP-AL) - Deputado
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                    21/34  (Luis Macedo / Câmara dos Deputados) 
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                    22. Simão Sessim (PP-RJ) - Deputado
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                    22/34  (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados) 
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                    23. José Otávio Germano (PP-RS) - Deputado
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                    23/34  (Facebook/José Otávio Germano/Reprodução) 
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                    24. Eduardo da Fonte (PP-PE) - Deputado
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                    24/34  (Elton Bonfim/Agência Câmara) 
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                    25. Dilceu Sperafico (PP-PR) - Deputado
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                    25/34  (Divulgação) 
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                    26. Jerônimo Goergen (PP-RS) - Deputado
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                    26/34  (Valter Campanato/ABr) 
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                    27. José Afonso Hamm (PP-RS) - Deputado
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                    27/34  (Divulgação) 
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                    28. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) - Deputado
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                    28/34  (Divulgação/Site Oficial) 
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                    29. Renato Molling (PP-RS) - Deputado
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                    29/34  (Divulgação) 
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                    30. Roberto Balestra (PP-GO) - Deputado
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                    30/34  (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados) 
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                    31. Roberto Britto (PP-BA) - Deputado
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                    31/34  (Divulgação) 
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                    32. Waldir Maranhão (PP-MA) - Deputado
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                    32/34  (Reprodução) 
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                    33. Antônio Anastasia (PSDB-MG) - Senador
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                    33/34  (Marcos Oliveira/Agência Senado) 
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                    34. Veja agora o que os políticos investigados têm a dizer sobre o caso
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                    34/34  (José Cruz/ Agência Brasil)