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Eduardo Leite se filia ao PSD e diz que não pretende ‘disputar prévias’ contra Ratinho Júnior

Líder do partido, Gilberto Kassab, no entanto, confirmou que existe a possibilidade de o governador gaúcho desbancar o paranaense: ‘ganhamos mais um candidato a presidente’, disse o dirigente

Leite pontuou que não pretende ser candidato “a qualquer custo” (Tiago Coelho/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

Leite pontuou que não pretende ser candidato “a qualquer custo” (Tiago Coelho/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de maio de 2025 às 18h19.

Última atualização em 9 de maio de 2025 às 18h28.

Ao assinar sua ficha de filiação ao PSD na sede do partido, em São Paulo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que não deseja fazer prévias contra Ratinho Júnior, governador do Paraná, para saber quem será candidato a presidente em 2026. Ainda assim, fez questão de se colocar à disposição do partido para liderar o projeto, caso tenha a anuência do presidente Gilberto Kassab.

— Todos sabem que eu participei de um processo de prévias para disputar a candidatura a presidente dentro do PSDB. Eu não venho para cá com um desejo de prévias, não contem comigo para isso. Eu tenho a absoluta convicção de que nós teremos capacidade, no momento adequado, de entender qual o melhor caminho para o PSD.

Em vários momentos, Leite pontuou que não pretende ser candidato “a qualquer custo”, mas que tem disposição para assumir a candidatura caso se mostre mais competitivo eleitoralmente do que Ratinho Júnior, com quem teria conversado ontem. Ele afirmou, em tom de brincadeira, que o novo companheiro de sigla é “cronologicamente mais velho”, 44 a 40 anos, mas ele foi prefeito de Pelotas antes de ser governador, o que o faz “avançar algumas casas”.

— A gente tem muitas convergências. Como qualquer pessoa, a gente não pensa absolutamente igual, assim como o partido como um todo, mas as convergências são muito maiores. E o desejo dele é o mesmo que o meu, de apresentar um caminho para o Brasil de superação da polarização (entre Lula e Jair Bolsonaro).

Kassab, que recebeu uma quantidade de elogios similar à de Leite no evento pelos seus correligionários pela capacidade de articulação política, confirmou que existe a possibilidade de o governador gaúcho desbancar o paranaense. É bom lembrar que ambos encerram o segundo mandato no ano que vem e precisariam abrir mão do cargo em abril se forem escolhidos para a eventual missão de enfrentar o presidente Lula nas urnas ou compor como vice com outro candidato.

— Ganhamos mais um candidato a presidente — disse o dirigente.

Kassab também negou que a filiação de Leite complique a situação do partido com o governo Lula. O presidente do PSD deu a entender que a aliança com Lula passou por uma preferência pessoal de deputados federais como Antônio Brito, e não diretamente por ele, que é secretário de governo de outro político cotado para enfrentar o PT nas urnas, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Mbappé, tucanos e Brizola

O ato de filiação ocorreu no edifício Joelma, no centro da capital paulista, onde o diretório do partido ocupa quase todo o edifício. Ratinho Júnior não esteve presente, mas Kassab e Leite estiveram acompanhados de políticos como Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo, Antônio Brito, deputado federal da Bahia e líder do PSD na Câmara, e Andrea Matarazzo, ex-vereador e secretário de Comunicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ramuth e Matarazzo, por sinal, são oriundos do PSDB e demonstraram estar contentes com a escolha.

O governador gaúcho foi celebrado como uma “liderança jovem” que teve condução exemplar, segundo os novos colegas, da pandemia de covid-19 e da crise ocasionada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Empolgado, o deputado federal Saulo Pedroso, ex-prefeito de Atibaia, comparou o movimento de Leite com a contratação do jogador de futebol Kylian Mbappé pelo “Real Madrid da política”, que seria o PSD.

Já o ex-senador Heráclito Fortes disse que a filiação era uma aproximação “do Sul com o Brasil”, dizendo que Leonel Brizola “deixou um legado muito ruim” nessa questão. O ex-governador fundou e é a principal referência política do PDT, sigla que faz parte da base de Leite na assembleia gaúcha e avalia compor com o projeto de sucessão do governador. Sua neta, Juliana Brizola (PDT), é cotada para ser candidata e aparece bem colocada nas pesquisas.

Kassab afirmou que Leite será o presidente do PSD gaúcho e deixou a cargo dele responder sobre a construção da chapa em 2026. O provável candidato a governador será Gabriel Souza (MDB), seu vice. Ele também não descarta disputar o Senado caso não consiga se viabilizar como candidato à majoritária nacional.

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