Brasil

Dilma tem direito de se pronunciar, diz Cardozo

Segundo o ministro, a decisão da presidente é legítima, apesar das críticas de que ela tem sido alvo desde o anúncio da viagem


	Dilma Rousseff: em seu discurso de cinco minutos, Dilma planeja denunciar que é vítima de um golpe por parte da Câmara dos Deputados
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: em seu discurso de cinco minutos, Dilma planeja denunciar que é vítima de um golpe por parte da Câmara dos Deputados (Ueslei Marcelino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2016 às 17h39.

Brasília - O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, defendeu, nesta quarta-feira, 20, o direito da presidente Dilma Rousseff de falar sobre o impeachment em viagem que fará a Nova York, durante uma sessão de abertura de evento sobre meio ambiente na Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o ministro, a decisão da presidente é legítima, apesar das críticas de que ela tem sido alvo desde o anúncio da viagem.

Em seu discurso de cinco minutos, Dilma planeja denunciar que é vítima de um golpe por parte da Câmara dos Deputados, que admitiu no último domingo um processo de impedimento contra ela.

"A Presidente da República é Chefe de governo e de Estado e, como tal, ela tem direito de representar o País e se pronunciar dentro daquilo que acha que deve fazer. Ela está no exercício pleno do seu mandato e como tal deve agir", defendeu Cardozo.

A hipótese de Dilma usar a tribuna da ONU para falar sobre o assunto causou reação da oposição. Em nota, o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), classificou os planos da presidente de "desespero", e o líder da legenda na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), chamou a decisão de "grave erro".

Cardozo minimizou: "Não há nada que a oposição não critique, é natural da atividade oposicionista", disse.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também criticaram a possibilidade de Dilma usar a viagem para se defender do processo de impeachment. Gilmar Mendes e o decano da Corte, Celso de Mello, afirmaram que o processo que pede o seu afastamento no Congresso não pode ser chamado de golpe porque está correndo dentro da normalidade jurídica.

A viagem de Dilma está marcada para amanhã, às 9h30. O vice-presidente Michel Temer assumirá o cargo interinamente, mas, até o início da tarde, a sua equipe não tinha sido avisada da viagem de Dilma.

Na agenda de Dilma nos Estados Unidos, além da reunião na ONU, a partir das 8h30 de sexta-feira (22), estão previstas pelo menos duas entrevistas, na sexta-feira e no sábado.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffImpeachmentMetrópoles globaisNova YorkONUPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Governo Lula condena ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã

Brasileira desaparecida em vulcão foi deixada para trás por guia, diz imprensa da Indonésia

Rio Grande do Sul tem 126 municípios afetados pelas chuvas, mas número de pessoas desalojadas cai

Maioria da população apoia a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, diz pesquisa