Wolney Queiroz: ministro da Previdência está confirmado para prestar esclarecimentos à CPI do INSS. (Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Agência de notícias
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 11h42.
Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 11h58.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, será ouvido pela CPI do INSS no próximo dia 9. Wolney confirmou a ida ao colegiado para prestar esclarecimentos, onde vai comparecer como convidado. Até o momento, a CPI ouviu ex-ministros como Carlos Lupi, que antecedeu Wolney no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e José Carlos Oliveira, que chefiou a Previdência no governo de Jair Bolsonaro (PL).
"Não fomos ouvidos ainda na CPMI. A gente tem acompanhado na medida do possível, porque são depoimentos longos, e a gente tem de trabalhar. Mas eu me ofereci, mandei um ofício antes de ontem, com datas que eu estou à disposição para ir e falar para os senadores e deputados membros da CPMI", disse durante o programa Bom Dia, Ministro, desta quinta-feira.
A CPI do INSS começará a ouvir, nesta quinta-feira, pessoas ligadas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como o "Careca do INSS", apontado como figura central para as fraudes no instituto. Nesta segunda, Careca cancelou sua participação no colegiado, o que fez com que a CPI reagisse e aprovasse a convocação do filho, da esposa, além de sócios dele. O acordo para aprovação dos requerimentos contou com a anuência de lideranças do governo e da oposição. Além disso, o colegiado votará 179 requerimentos com pedidos de informação e de novas convocações.
O advogado Nelson Wilians conseguiu habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo a ele o direito de permanecer em silêncio e não prestar depoimento. Apesar disso, ele terá de comparecer à sessão.
Careca e o empresário Maurício Camisotti foram presos na última sexta em ação determinada pelo STF, em desdobramento da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Segundo O Globo apurou, investigadores identificaram risco de fuga e indícios de ocultação patrimonial.
Por identificar o risco de fuga de Careca e Camisotti, a CPI já havia aprovado, no início do mês, um requerimento endereçado ao Supremo no qual pedia a prisão preventiva e a quebra de sigilo deles e de outros suspeitos citados em investigações da Polícia Federal. O presidente da CPI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), precisou pedir à Polícia Legislativa a intimação dos dois presos diante da dificuldade de encontrá-los.
Careca do INSS é apontado como operador central, responsável por intermediar as relações entre associações fraudulentas e servidores públicos. Relatórios da PF indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões em valores oriundos de entidades sindicais e empresas relacionadas, muito acima da renda mensal de R$ 24 mil que declarava oficialmente.
Depois de ser preso, Careca foi levado para a Superintendência da PF em Brasília. De acordo com a investigação, ele teria movimentado R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS, entre 2023 e 2024.