Brasil

Covas autoriza uso de cloroquina em São Paulo no combate ao coronavírus

Prefeito afirmou que medicamento poderá ser indicado por médico e se paciente concordar; não há estudos que comprovem a total eficácia do tratamento

Bruno Covas: prefeito participou de entrevista coletiva com o governador João Doria Junior (Germano Lüders/Exame)

Bruno Covas: prefeito participou de entrevista coletiva com o governador João Doria Junior (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2020 às 16h20.

Última atualização em 16 de maio de 2020 às 10h46.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), autorizou o uso da cloroquina na rede municipal de saúde para casos do novo coronavírus. Em coletiva ao lado do governador João Doria (PSDB) Covas afirmou que o medicamento poderá ser indicado se houver prescrição médica e se o paciente concordar com o tratamento.

O remédio, cuja eficácia ainda não foi totalmente comprovada, passa a incluir o protocolo oficial da Secretaria Municipal de Saúde. Ele já vem sendo usado na rede estadual de São Paulo com a mesma indicação.

De acordo com o prefeito, São Paulo já conta com um estoque de 6 mil cápsulas de cloroquina, suficientes para tratar mil pacientes. Ele afirmou que foram encomendadas mais unidades do remédio.

"Ainda não é possível ser uma política pública porque não temos pesquisas concluídas. Mas, havendo prescrição do médico e concordância do paciente, a Secretaria Municipal de Saúde passou a integrar esse medicamento no protocolo de tratamento da covid-19", declarou nesta quinta-feira, 9, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

Ao longo da semana, a cloroquina esteve no centro de discussões entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador Doria e o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo.

Bolsonaro defende o uso da cloroquina e chegou a cobrar que Uip revelasse se usou a substância em seu tratamento contra a doença. Uip pediu que o presidente respeitasse sua privacidade e a privacidade de seu tratamento. Doria criticou Bolsonaro e afirmou que 'milícias virtuais' fizeram ataques ao médico e também pediu respeito.

Uip reagiu ao comentário durante a coletiva de imprensa da quarta-feira, afirmando que foi ele o responsável por recomendar o uso do medicamento ao ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante reunião no último fim de semana. A indicação seria para pacientes internados com covid-19, mas sempre sob receita médica e autorização formal do paciente.

No mesmo dia, Mandetta disse que Bolsonaro "em nenhum momento fez qualquer movimento de imposição" em relação à adoção da cloroquina no tratamento do coronavírus. Anteriormente, a posição oficial da pasta era de que a hidroxicloroquina ainda não seria universalmente recomendável por sua eficiência não ter sido plenamente comprovada.

O Ministério da Saúde indica o uso cloroquina e hidroxicloroquina apenas para pacientes diagnosticados com a covid-19 que estejam internados com quadro grave de saúde.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus:

Acompanhe tudo sobre:Bruno CovasCloroquinaCoronavírusSão Paulo capital

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil