Escolha de nomes mais jovens, que poderão ficar décadas na Corte, é uma tendência dos últimos dez anos (Gustavo Moreno/SCO/STF/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 15h26.
Os três nomes mais cotados para substituírem o ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) têm idades parecidas e poderiam ficar em torno de 30 anos na Corte.
Os favoritos para receberem a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são o advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas.
Dos três, Jorge Messias é o mais novo: tem 45 anos atualmente, o que daria quase 30 anos até a idade máxima para ficar no STF, que é 75 anos. Bruno Dantas tem 47 anos e Pacheco completará 49 no próximo mês.
A escolha de nomes mais jovens, que poderão ficar décadas na Corte, é uma tendência dos últimos dez anos, observada nas indicações dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro e também de Lula.
Desde o fim da ditadura militar, em 1985, foram feitas por presidentes 31 indicações ao STF. Até 2015, quando Edson Fachin, então com 57 anos, foi nomeado, a média de idade dos escolhidos era de 55.
Nas cinco indicações seguintes, a média caiu para 49 anos. Quatro dos últimos ministros indicados tinham menos de 50 anos quando foram escolhidos: Alexandre de Moraes (48), Nunes Marques (48), André Mendonça (48) e Cristiano Zanin (47). Apenas a nomeação de Flávio Dino, o último escolhido por Lula, destoou da tendência, já que ele tinha 55 anos na época.
Caso um dos três atuais favoritos seja de fato escolhido, a sequência de escolhidos abaixo de 50 anos seria retomada, com uma nova redução na média de idade.
A indicação de ministros jovens não é novidade, mas era mais rara no passado. Em seu segundo mandato, por exemplo, Lula indicou Dias Toffoli, o mais jovem ministro desde a redemocratização: ele tinha 41 anos quando tomou posse, podendo ficar na Corte até 2042.
Ao mesmo tempo, Lula também indicou ministros com mais de 60 anos, como Eros Graus (63) e Menezes Direito (64, que morreu dois anos depois). Da mesma forma, José Sarney indicou Celso de Mello, na época com 43, mas também Carlos Madeira, com 65 anos — o mais velho desde 1985.
Dilma Rousseff, por sua vez, foi a que teve a maior média de idade dos seus indicados: 59 anos. Antes de Bolsonaro e Temer, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teve a menor média (49 anos).