Brasil

Congresso recorre ao STF para anular decisão do TSE

Tribunal impôs uma redistribuição das bancadas da Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas


	Sessão do Congresso: mudanças repercutem também nos Legislativos estaduais, municipais e da capital
 (Valter Campanato/ABr)

Sessão do Congresso: mudanças repercutem também nos Legislativos estaduais, municipais e da capital (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 21h28.

Brasília - O Congresso Nacional recorreu nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impôs uma redistribuição das bancadas da Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas estaduais e da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal entraram com ações separadas nas quais pedem para que a Corte conceda uma liminar para manter a atual composição das bancadas dos estados e do DF.

No ano passado, o TSE publicou uma resolução em que mexeu na composição de 13 Estados para a Câmara dos Deputados.

Em reação, o Congresso promulgou um decreto no qual sustou os efeitos da resolução, mas, nesta semana, o plenário do TSE decidiu derrubar a última decisão dos deputados e senadores.

O tribunal fixou que Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Piauí perdem representantes na Câmara ao mesmo tempo em que Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Pará ganham.

As mudanças repercutem também nos Legislativos estaduais, municipais e da capital.

Ao propor uma ação declaratória de constitucional, o Senado argumenta que o TSE "violentou a competência constitucional do Parlamento".

"Essa violação implica gravíssima repercussão na ordem jurídica, no pacto federativo, na sistemática de separação de poderes e no regime democrático, porque afeta a proporcionalidade da representação político-parlamentar do Poder Legislativo da República nas três esferas da federação", afirmaram sete advogados da Casa que subscrevem a ação.

O Senado destaca ainda que a decisão do tribunal tem potencial de levar a um "número explosivo" de ações de candidatos a mandato de deputado que se sentirem prejudicados com a redistribuição das bancadas.

A Casa lembra ainda que a manifestação do TSE ainda afronta o principio da anterioridade eleitoral, segundo o qual mudanças nas regras eleitorais têm de ser aprovadas até a um ano antes do pleito.

A Câmara, por sua vez, moveu uma ação direta de inconstitucionalidade. Os deputados sustentam que apenas o Poder Legislativo pode fazer tal fixação das bancadas.

"A distribuição das vagas entre unidades federativas constitui uma matéria eminentemente política, a ser definida em uma instância eminentemente política, o Congresso Nacional", argumenta a ação dos deputados.

Uma cópia dela foi entregue hoje pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, na visita que o último fez ao Legislativo para comunicar que vai se aposentar e deixar a magistratura.

A ação da Câmara foi distribuída para o ministro Gilmar Mendes e a do Senado, até o momento, não tem relator designado.

Acompanhe tudo sobre:CongressoEleiçõesEleições 2014Política no BrasilTSE

Mais de Brasil

Cármen Lúcia cobra explicações do governo após relato de caso de racismo envolvendo ministra do TSE

Com bebê reborn no colo, deputado diz que ter boneca 'não é pecado'

PL que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho deve ser votado até junho, diz relator

Fim da reeleição: CCJ do Senado aprova proposta de mandato de 5 anos para presidente e governador