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Chances do PT nestas eleições são poucas, diz especialista

O fato novo de transformar Lula em réu acrescenta mais um elemento a uma tendência "já muito nítida", caracterizada por um clima desfavorável ao PT


	Lula: Moro acolheu uma denúncia da Procuradoria da República no Paraná contra o ex-presidente em ação penal da Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Lula: Moro acolheu uma denúncia da Procuradoria da República no Paraná contra o ex-presidente em ação penal da Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 13h10.

Porto Alegre - A decisão do juiz federal Sérgio Moro, que aceitou denúncia e tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva réu em ação por corrupção e lavagem de dinheiro, poderá influenciar as eleições municipais que ocorrem em menos de duas semanas, na avaliação do cientista político Fabio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo ele, o fato novo de transformar Lula em réu acrescenta mais um elemento a uma tendência "já muito nítida", caracterizada por um clima desfavorável ao PT.

Moro acolheu nesta terça-feira, 20, denúncia da Procuradoria da República no Paraná contra o ex-presidente em ação penal da Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Isso vai reforçar a circunstância negativa que o PT está enfrentando. Ajuda a diminuir as chances de o partido se recuperar nessas eleições", disse o cientista político, acrescentando que a expectativa é de que a sigla diminua sua representatividade no âmbito municipal.

Ele também ressaltou que a denúncia não pode ser considerada surpreendente, pois segue a "linha de trabalho da Lava Jato", mas que isso não significa que não possa influenciar a opinião pública.

O professor ponderou, no entanto, que seria precipitado fazer qualquer tipo de previsão sobre a eleição presidencial de 2018.

"Existe a possibilidade de que a denúncia não conclua em condenação. E existe a possibilidade de contestação no nível mais alto, que é o Supremo Tribunal Federal (STF)", avaliou.

De acordo com Fabio Wanderley, de partida, "incontestavelmente o quadro é negativo", porém não há razão para se trabalhar isoladamente com a denúncia.

"Havendo absolvição ou contestação, ele (Lula) pode ser colocado novamente como vítima", afirmou, acrescentando que também é preciso levar em conta o contexto de "espetacularização" em que a denúncia foi apresentada pelos procuradores da Lava Jato, há uma semana.

Nesse sentido, conforme o cientista político, hoje não é possível dizer, de forma alguma, que Lula está fora disputa de 2018. "Não dá para ser simplista neste sentido."

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