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Há pessimismo exagerado com o Brasil, diz Banco Mundial

Segundo economista-sênior, países emergentes estão claramente sofrendo uma desaceleração econômica


	Pessoas olham vagas de trabalho em cartazes no centro de São Paulo
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Pessoas olham vagas de trabalho em cartazes no centro de São Paulo (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 21h28.

Nova York - Os países emergentes estão claramente sofrendo uma desaceleração econômica, mas tem havido um pessimismo exagerado sobre o Brasil, avalia o economista-sênior do Banco Mundial, Philip Schellekens.

"Houve um superotimismo com o Brasil durante o boom das commodities e agora há um pessimismo exagerado sobre a situação da economia brasileira", disse ele em um seminário na Universidade Columbia nesta sexta-feira, 14, sobre perspectivas para os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Schellekens destacou que, no geral, são oferecidas três razões para explicar o "superpessimismo" com o Brasil e a atividade econômica fraca: cenário externo ruim, deterioração de indicadores macroeconômicos e falta de reformas estruturais.

Destas três razões, o economista do Banco Mundial afirma que não concorda com as duas primeiras e avalia que só a que atribui o fraco desempenho da economia brasileira à falta de reformas é mais convincente.

De fato, diz ele, quando o País cresceu mais em anos recentes, foi porque reformas importantes feitas anteriormente criaram condições para o crescimento mais acelerado.

Sobre a contribuição do cenário externo ruim, Schellekens afirma que não concorda com esta razão.

"Vamos lembrar que o Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo", diz ele, destacando a baixa participação das exportações e importações no Produto Interno Bruto (PIB). "O crescimento no Brasil ainda decorre, primariamente, do mercado doméstico", afirma.

Sobre a contribuição da deterioração de indicadores econômicos para o pessimismo, Schellekens concorda que os números pioraram nos últimos anos.

A inflação não cai e tem ficado no topo da meta ou acima e as contas fiscais estão ruins. Mas, para ele, o Brasil ainda tem alguns números bons, como as reservas internacionais elevadas, sobretudo quando comparadas ao passado.

"Os colchões de proteção no Brasil ainda estão lá", avalia.

Apesar de criticar o pessimismo exagerado em relação ao Brasil, Schellekens avalia que ainda há muito para ser feito no País, como melhorar a qualidade da educação, da competitividade e da força de trabalho.

Para o economista, era "totalmente natural" as economias que compõem a sigla Brics reduzirem o ritmo da atividade econômica depois de crescerem em ritmo forte em períodos recentes.

Para ele, no médio prazo estes países têm chances de voltarem a se expandir em ritmo maior.

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