Brasil

Assaltos preocupam moradores e comerciantes de Niterói

Vários casos vem ocorrendo na cidade, além de roubos e furtos a estudantes universitários que frequentam a Universidade Federal Fluminense


	Niterói: clima é de insegurança total e comércio noturno sente as consequências
 (DiMonteiro/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Niterói: clima é de insegurança total e comércio noturno sente as consequências (DiMonteiro/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 12h46.

Rio de Janeiro - Uma onda de assaltos e arrastões tem preocupado comerciantes e moradores do bairro de Icaraí, região nobre de classe média alta de Niterói, na região metropolitana do Rio.

Na última terça-feira (19), uma perseguição policial no bairro, numa área de bares e restaurantes, resultou em cinco pessoas feridas, sendo três criminosos e dois moradores que estavam fazendo exercícios na praia e foram atingidos por balas perdidas.

Esse é apenas um dos vários casos que vem ocorrendo ultimamente na cidade, além de roubos e furtos a estudantes universitários que frequentam a Universidade Federal Fluminense (UFF) e saem da faculdade tarde da noite.

Para reduzir a ação de criminosos, policiais militares do 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Niterói fizeram uma operação nas comunidades da Grota e Igrejinha, na manhã desta quinta-feira (21). De acordo com a PM, a ação, que começou às 5h da madrugada contou com apoio de veículo blindado e teve como objetivo coibir o tráfico de drogas. A ação não resultou em prisões.

De acordo com o diretor da Associação Comercial de Niterói, Paulo César Moreira Leite, o clima no município é de insegurança total e quem mais sente as consequêcias é o comércio noturno. “Os assaltos na região de Niterói, tanto ao comércio, como aos transeuntes, deve-se a migração de bandidos de outras regiões. A violência está generalizada, desde o comércio mais ínfimo - os pequenos bares que constituem negócio familiar, até os localizados em bairros nobres", disse.

Para ele, a insegurança no município ocorre em função de um projeto de segurança pública que não foi bem idealizado, além do efetivo reduzido de policiais para atender à região. "Acredito que o programa de segurança do governo do estado errou, quando passou a anunciar que iam invadir as comunidades com o apoio das Forças Armadas. Quando Niterói era capital do estado, o efetivo policial era maior que o atual. A população aumentou consideravelmente o que torna o atual [efetivo] deficitário”, disse Moreira Leite, acrescentando que os criminosos realizam arrastões diários no centro de Niterói.

De acordo com o professor pesquisador em Ciências Sociais da UFF, Jorge da Silva, a implanação do programa de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) contribuiu para o aumento do índice da violência na região de Niterói e São Gonçalo. Segundo ele, o programa não deveria ter se focado apenas nas ações da polícia, mas também contar com projetos sociais, com a finalidade de promover a inclusão de jovens treinados para transmitir noções de cidadania.

“Outro defeito da UPP é a maneira como ele é implantado. Não pode ser expandido desta maneira, às pressas, como uma linha de montagem sem preparar policiais. É necessário tempo para habilitar policiais capacitados. (...) Daí surge o problema do aumento da violência em Niterói. Esses índices de violência aumentaram com a migração desses criminosos, de áreas pacificadas, para o outro lado da Baía [de Guanabara], ocasionando essa onda de crimes que está sendo divulgada, como assaltos a pedestres, ao comércio da região. Os roubos a ônibus aumentaram consideravelmente e agora também é frequente a ocorrência de arrastões, que mesmo com o reforço do efetivo de Maricá, região limítrofe com Niterói, esse aumento de policiais não tem sido suficiente", explicou.

De acordo com o 12º BPM, em maio deste ano o município ganhou mais uma Companhia Destacada, reduzindo os índices de violência, como roubo de veículos. O policiamento segue intensificado e ainda conta com apoio de PMs no Regime Adicional de Serviço (RAS). Além disso, existe um esforço para combater o roubo a pedestres com um reforço a mais de policiais militares. A população pode ajudar com denúncias, entrando em contato com o Comando do batalhão, ou ainda pelo 190 ou do Disque-Denúncia (2253-1177).

A corporação trabalha com os dados registrados pela Polícia Civil, o que aumenta a importância de os cidadãos fazerem registros das ocorrências. A partir daí as operações são planejadas com o objetivo de reduzir índices de criminalidade.

Acompanhe tudo sobre:Arrastõescidades-brasileirasCrimeMetrópoles globaisRio de Janeiro

Mais de Brasil

Brasileira desaparecida em vulcão foi deixada para trás por guia, diz imprensa da Indonésia

Rio Grande do Sul tem 126 municípios afetados pelas chuvas, mas número de pessoas desalojadas cai

Maioria da população apoia a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, diz pesquisa

Frota nova e mais velocidade: o plano das empresas de ônibus para recuperar passageiros no Brasil