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Publicado em 11 de setembro de 2025 às 06h10.
Última atualização em 11 de setembro de 2025 às 14h49.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira, 11, às 14h, no horário de Brasília, o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Esse é o quinto dia do julgamento, que tem sessões até a sexta-feira, 12. A semana é crucial, pois os ministros começarão a decidir pela condenação ou absolvição dos acusados. Caso haja condenação, também será definida a pena de cada réu.
Na quarta-feira, Fux proferiu um voto que durou mais de 12 horas, onde abriu a primeira divergência do relator da ação, o ministro Alexandre de Moraes.
O ministro defendeu a condenação de forma parcial de apenas dois réus, enquanto pediu a absolvição dos outros seis acusados.
Bolsonaro, o almirante Almir Garnier, o general Paulo Sérgio Nogueira, o general Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres e o deputado federal Alexandre Ramagem tiveram as absolvições defendida pelo ministro em todos os crimes.
No caso do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e de Walter Braga Netto, general e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, Fux citou a participação dos dois no plano Punhal Verde Amarelo, que previa assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin, e Moraes, para condenado-lós apenas por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Com o voto, a Turma formou maioria para condenar Cid e Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Para as outras acusações contra todos os réus, o julgamento está 2 a 1 pela condenação.
A expectativa é que a Corte conclua a análise do mérito com os votos da ministra Cármem Lúcia e do presidente da Turma, Cristiano Zanin.
O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus será transmitido ao vivo pela TV Justiça e no canal do STF do YouTube
Segundo a Procuradoria-Geral da República, uma organização estava "enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares", e se "desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes".
A acusação afirma que os delitos descritos não são de ocorrência instantânea, mas se desenrolam em cadeia de acontecimentos, alguns com mais marcante visibilidade do que outros, sempre articulados ao mesmo objetivo – o de a organização, tendo à frente o então presidente da República Jair Bolsonaro, não deixar o Poder, ou a ele retornar, pela força, ameaçada ou exercida, contrariando o resultado apurado da vontade popular nas urnas.
Entre os fatos revelados pelos investigadores está o plano "Punhal Verde e Amarelo", uma trama para assassinar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os ministros podem concluir pela absolvição ou condenação dos réus:
Caso a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal aplique as penas máximas dos cinco crimes citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro poderá ser condenado por até 43 anos de prisão.
A maioria para absolver ou condenar é alcançada com 3 dos 5 votos. Pela ordem de votação, a decisão poderá ocorrer no voto da ministra Cármen Lúcia.
A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática após o julgamento e só poderá ser efetivada após julgamento dos recursos contra a condenação.
Em caso de condenação, os réus devem ficar em alas especiais de presídios ou nas dependências das Forças Armadas.
Oficiais do Exército têm direito à prisão especial, de acordo com o Código de Processo Penal (CPP). O núcleo 1 tem cinco militares do Exército, um da Marinha e dois delegados da Polícia Federal, que também podem ser beneficiados pela restrição.