Brasil

Alckmin reclama das "caneladas" do presidencialismo

Alvo de críticas por ter se coligado com grupo que apoia governo Temer, ele disse que não é possível realizar promessas sem articulação

Geraldo Alckmin: "Parlamentarismo é uma discussão de ideias, propostas... o presidencialismo é embate de pessoas, de personalidades, canelada. Qual o lado bom do presidencialismo? É a força do voto" (Sergio Lima/Bloomberg)

Geraldo Alckmin: "Parlamentarismo é uma discussão de ideias, propostas... o presidencialismo é embate de pessoas, de personalidades, canelada. Qual o lado bom do presidencialismo? É a força do voto" (Sergio Lima/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 20h07.

Brasília - O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira que, apesar das "caneladas" e do embate entre personalidades comum ao presidencialismo, aposta que a legitimidade da vitória nas urnas e o conjunto de alianças permitirão a aprovação de reformas necessárias ao país.

Alckmin, que tem sido alvo de críticas de adversários por ter conseguido se coligar com o chamado blocão --PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade--, grupo político que apoia o atual governo Temer, alertou que o candidato que prometer mudanças sem articulação com outros partidos não conseguirá realizar suas promessas.

"Quem prometer mudança sem ter o mínimo de aliança não vai fazer nada. E tem que fazer rápido", disse, em evento com presidenciáveis na União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).

"Qual o outro caminho para ser rápido? É a força do voto, a força do povo", argumentou, dizendo que a campanha para presidente da República é " de baixo nível".

"Parlamentarismo é uma discussão de ideias, propostas... o presidencialismo é embate de pessoas, de personalidades, canelada. Qual o lado bom do presidencialismo? É a força do voto", disse.

"Tem que aproveitar essa legitimidade, esse cacife político."

O candidato tucano voltou a defender a necessidade de reformas estruturantes, como a da Previdência, além de uma simplificação e de uma desburocratização do país como parte de uma agenda de competitividade.

Voltou a dizer que o país precisa atrair investimento e reafirmou que o Estado não deve cumprir o papel de "empresário", mas de planejador, regulador e fiscalizador. O candidato vem defendendo uma reforma na gestão pública que envolve um enxugamento da máquina e a redução de ministérios.

Sobre a proposta de reajuste de 16,38 por cento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhada ao Ministério do Planejamento como parte do Orçamento 2019 da corte, o candidato afirmou que o momento não é o mais adequado.

"O problema não são os 11 ministros do Supremo, que aliás estão sem reajuste há alguns anos. O problema é o efeito cascata", explicou, em referência aos demais vencimentos do serviço público que tomam os rendimentos dos ministros como referência.

"Claro que o momento não é adequado e quem está no topo da pirâmide deve dar exemplo. Vamos aguardar", afirmou.

Alckmin confirmou que prestará depoimento na quarta-feira em apuração do Ministério Público sobre suspeita de caixa 2 pago pela Odebrecht em suas campanhas de 2010 e 2014.

"Vou, claro. É dever de quem está na vida pública: prestar contas. Vida pública pública é. E transparência total", disse o candidato, que nega qualquer irregularidade.

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