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Alckmin depõe sobre repasse de R$10 milhões da Odebrecht para sua campanha

Candidato à Presidência da República do PSDB é investigado por repasse via caixa 2 em suas campanhas de 2010 e 2014

Alckmin: candidato à Presidência da República senta nesta quarta-feira, 15, na cadeira do Ministério Público de São Paulo (Ueslei Marcelino/Reuters)

Alckmin: candidato à Presidência da República senta nesta quarta-feira, 15, na cadeira do Ministério Público de São Paulo (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 11h14.

São Paulo - O candidato à Presidência da República do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin, senta nesta quarta-feira, 15, na cadeira da 9ª Promotoria do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para prestar depoimento em um inquérito civil em que é investigado sobre repasse de R$ 10,3 milhões da Odebrecht via caixa 2 para suas campanhas de 2010 e 2014.

"Vou (ao depoimento), claro. É dever de quem está na vida pública e transparência total", disse o tucano na terça-feira, 14.

O inquérito civil em São Paulo foi instaurado no dia 20 de abril pelo promotor Ricardo Manuel Castro. Além de Alckmin, são alvos da investigação Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e o ex-secretário e ex-tesoureiro da campanha alckmista de 2014 Marcos Monteiro.

Os executivos da Odebrecht e o cunhado do tucano já prestaram depoimento nas últimas duas semanas no inquérito instaurado pelo MP-SP. O cunhado do ex-governador negou ter recebido dinheiro para campanhas políticas do tucano.

A investigação tem origem nas acusações de três delatores da Odebrecht. Benedicto Barbosa Junior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido afirmaram em seus acordos firmados com a Procuradoria-geral da República (PGR) terem autorizado repasses de recursos a Alckmin a título de "contribuição eleitoral" nas campanhas de 2010, quando o tucano foi eleito governador pela terceira vez, e 2014, quando foi reeleito.

Em abril, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, chegou a avocar, a pedido de Alckmin, o inquérito das mãos do promotor Ricardo Manuel Castro para "avaliar" se a competência de investigar o ex-governador não era exclusiva do chefe do Ministério Público.

Castro criticou a conduta e acionou o Conselho Nacional do Ministério Público. Smanio recuou e devolveu o inquérito ao promotor natural do caso.

Em abril, após a instauração do inquérito, por meio de sua assessoria de imprensa, Alckmin afirmou que via a "investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos". "Não apenas por ter total consciência da correção de seus atos, como também por ter se posicionado publicamente contra o foro privilegiado."

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